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MIN16

Arcos de Valdevez, excerto 16

LocationArcos de Valdevez (Arcos de Valdevez, Viana do Castelo)
SubjectO linho, a lã e o tear
Informant(s) Arlete
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INF O linho vinha do campo, não é? E depois ele fazia aquilo, era coiso, esp- era espadado.

INQ1 E eram os homens que faziam?

INF Era eu e o meu marido; fiz isso muitos anos. Fiz.

INQ1 A senhora também?

INQ2 Mas teares aqui ao , não não ou ainda uns?

INF ? Não, agora aqui não existe nada disso.

INQ2 Não?

INF Não, ele parece-me a mim que não existe. É como os moinhos: havia aqui na Ponte de na Ponte Velha, havia ali a Fábrica da Andorinha chamavam Fábrica que era dos Andorinha ; aqui, aqui era outro; acolá em baixo era outro; ali em Santar havia mais. Até quase que a juntar-se ao rio da Barca. E agora não trabalha ele nenhuns. E ali, e o, e o E havia o do Espírito Santo, que é acolá na Valeta.

INQ2 Pois eu não sei

INF Acolá na É acolá quem vai de Quem vem na estrada a fazer a curva na, na ponte na ponte, no pontilhão! , também havia abaixo um [vocalização] moinho. Esse estava em cima Ainda está a roda. Havia; agora não existe.

INQ2 Mas esse moinho era para moer ou também servia para tirar a água do rio para regar?

INF Não, não, não. Para tirar do rio era esta.

INQ2 esta?

INF esta. Esta aqui é que tirava. Até ainda está ali o [vocalização] Ainda está ali a coisa a [vocalização], o [vocalização] de pôr o eixo.

INQ2 Pois, pois.

INF E aqui era o ribeiro. Até lavava aqui, olhe, de . Tinha aqui Tem aqui as pedras, oh!

INQ2 Vinha pelo

INF Ia o reguinho por ali fora que era para regar este campo todo. Regava todo. Agora [vocalização] o senhor d- [vocalização] daqui, o caseiro, morreu [pausa] que morava naquela casa ali, naquela velhota. E depois era esse E depois a mulher foi para a casinha dela, não é? Não tinha água para regar o campo, pronto, não saiu! Agora está isto tudo velho. Ninguém quer do, ninguém Ninguém trabalha de terras agora. Porque o milho está barato. Onde um É o que está mais barato e coiso; é o que é o que mais trabalho e é a coisa que está mais barata. E a batata e o feijão, é tudo, não é? E agora menos trabalho nos campos.

INQ2 Pois é.

INF Porque eu fui criada nisso, eu sei.


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