R&D Unit funded by

MLD12

Melides, excerto 12

LocationMelides (Grândola, Setúbal)
SubjectA agricultura
Informant(s) Galiano Galeno
SurveyALEPG
Survey year1980
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


INF1 Pois, os lavradores davam davam aquelas terras mais, mais [vocalização] mais mal andamosas, [pausa] é que eles davam para a gente fazer serviços.

INQ1 Pois.

INF1 E então a gente aproveitava, [vocalização] trabalhávamos para ali de castigo Invernos inteiros para fazer muitos serviços, às vezes, para quatro ou cinco alqueires de trigo.

INQ1 Eles pagavam em trigo, era? Ai não, o senhor é que depois semeava.

INF1 Não, era para a gen, para a para a gente semear.

INQ1 Rhum-rhum.

INF1 Para fazer uma sementeira que, que de moreias que que levasse quatro ou cinco alqueires, era preciso ser um bocado grande para o homem fazer aqueles trabalhos todos assim em neste processo.

INQ1 Então e depois fazia isso. E depois? E depois no ano seguinte?

INF1 Então e depois no ano seguinte, quer dizer

INQ1 Continuava a ser, a trabalhar para , a trabalhar , ou não?

INF1 [vocalização] Então, pois, nós semeávamos

INQ1 Portanto, o senhor limpava a terra, não era? O lavrador tinha uma terra com mato. O senhor limpava, limpava-lhe a terra, semeava, e era para si? Ou era, também tinha que pagar ao, ao lavrador?

INF1 Tinha. Tinha que pagar a a renda depois ao [pausa] ao dono da terra.

INQ1 Ah!

INF2 Antigamente chamava-se a ração.

INQ1 A ração?

INF2 Ou era de oito, ou de cinco, ou de dez, ou de doze, como fosse.

INF1 Pois, dava-se o nome da ração.

INQ2 Conforme.

INF2 Pois, conforme.

INF1 Rhum-rhum.

INF2 No outro ano não dava trigo, semeava-se cevada branca; e depois no outro ano semeava-se aveia. Que é o que eu disse ainda agora às senhoras, [pausa] que é a semente mais ruim que nós temos.

INQ1 Pois.

INF2 E [vocalização] E era assim que se fazia as sementeiras, esses povos que por viviam, não é?

INQ1 Portanto

INF2 Mas de graça ninguém dava. A gente, nós tínhamos

INF1 Agora! Não davam de graça, não.

INF2 Limpávamos as terras e tínhamos que pagar sempre, não é? [pausa] Agora está a maior parte disso está abandonado. Então e quem é que vai fazer moreias?

INF1 Ah, isso não muito!

INF2 A maior parte não ninguém que saiba fazer uma moreia, não é? A não ser pessoal desta idade.

INF1 Não, o meu irmão O meu irmão, hoje em dia, não da- não deitava a conta.

INF2 Pois, e não se pode fazer. Naquele tempo não havia adubos, não é? Tinha que se utilizar os esquemas do mato para

INQ1 Pois.

INF1 Pois.

INF2 E era melhor do que é hoje.


Download XMLDownload textWaveform viewSentence view