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MTV25

Montalvo, excerto 25

LocationMontalvo (Constância, Santarém)
SubjectO sobreiro e a cortiça
Informant(s) Guilherme
SurveyALEPG
Survey year1991
Interviewer(s)Ana Paula Banza
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

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INF Outra: vamos arrear sobreiros. Pertence seis homens dar madeira para para, por exemplo, vinte cinco ou trinta homens casquear. Quer dizer, é tirar tiram a bóia daqueles dos paus que cortam, d dos sobreiros.

INQ Rhum-rhum.

INF Aproveitam a bóia para uma banda e tiram a casca. Com umas enxozinhas depois tira-se a casca, fica a secar e tudo, para depois vender para para as fábricas, e a bóia, para vender para a fábrica e tudo. E isso tudo. E a gente, andam seis homens a arrear [pausa] chama-lhe a gente arrear adiante, a cortar madeira. A gente temos que dar madeira para aqueles homens. A gente temos que limpar os chaparros pequenos que vão à nossa que não têm madeira. Mas é de justo, temos que limpar. Ora, o que é que a gente faz? Tudo na malandrice!! ! O que é que a gente faz? Um empregado, anda o n- o nosso capataz, anda atrás, mas os homens andam à f- à frente, à vontade, porque sabem que têm que dar madeira para aquela gente. Mas o, o o dono da propriedade põe um homem [pausa] a tomar sentido no sobreiro para não o deixar cortar mais que o ajusto que fizeram do corte dos sobreiros.

INQ Rhum-rhum.

INF Um pouco mais ou menos, aquela conta. Mas a gente andamos levamos ali uma encosta [pausa] de sobreiros por ali fora, os homens cada um com o seu sobreiro, não não é dois. [vocalização] Acolá em baixo, o meu camarada tem acolá uma chaparra boa. Chama-lhe a gente uma chaparra, uma sobreira, e tudo. Tem ali umas rebaixadas boas, tem ali madeira boa e tudo. Mas é claro, o homem que anda não deixa cortar por onde a gente quer para tirar muita madeira. O que é que aquele que está acolá em cima faz? "Ó senhor fulano" Está um chaparro, a gente que não tem governo, não tem que fazer negócio nenhuma "Ó senhor fulano". "Diga". "Venha aqui ver". "Eh ! Está aqui este sobreiro, este ramo assim, está acolá aquele ramo, eu para tirar aquilo e tal Ahh! Não sei o que é que lhe hei-de fazer. Está ruim de tirar"! O outro em baixo, tumba, tumba, tumba, tumba, abre as pernas, com a machada: tumba, tumba, tumba, um talho por baixo nas pernadas, naquela rebaixada. Vai àquela : tumba, tumba, tumba!, ela cai para baixo; vai ao meio, deu-lhe um golpe: truz!, de encontro àquilo, cai para baixo. O homem cair tanta madeira para o chão, vem por ali abaixo: "Eh calma! Mas que está você a fazer, homem? Eia , você Ai, o patrão vem para cima de mim, então você [pausa] entra para à à limpeza do chaparro" "Mas o que você quer, homem? Não tinha nada por onde pegar"! Ele tinha pregado com ela no chão. Havia, o Por onde ela havia de ser cortada sim, por onde havia de ficar limpa , [vocalização] era a primeira coisa que caía para o chão cortado rente logo de caminho ao caminho, para ele não ver. "Então não tinha nada. Então ficava aqui um pau cego?! [pausa] Não tinha nada, tinha que se deitar para o chão"! É claro, aquele aquela quantidade de madeira segurava aos homens atrás e a gente levava boa vida à frente. É. como é as malandrices feitas?! É assim.

INQ Pois.

INF Ao resto, davam cem mil reizitos à gente, olhe, e ficávamos contentes.

INQ E ficavam contentes.


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