OUT13

Outeiro, excerto 13

LocalidadeOuteiro (Bragança, Bragança)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Astreia

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INQ1 Não nada mais grosso que a estopa?

INF o tasco. Depois, sabe o que nós fazíamos às vezes? Daquele Claro, sempre cai uma febra do linho ao estar a espadar, e se enche a fiteira Olhe, a minha mãe fazia [vocalização] fazia colchões até da, daq- dos tascos. Claro, urdia com o linho mas, o tasco, aproveitava-o E às vezes fazia os fiadeiros, até se juntava a mocidade a fazer fiadeiros Mas a minha mãe primeiro fazia assim. Primeiro, enchia-se a fiteira mesmo quase acolá ao cimo e dava-lhe uma sacudidela, aos tascos, e ficava ali porque ainda ficava parte do linho, porque parte do linho vai neles, não é?, que sempre parte! , botava-os para ali, tornava-os a espadar Olhe, ficava uma coisa deliciosa, muito boa, rijo, rijo que eu sei ! Porque claro, quando cai o tasco, o tasco é uma uma arestinha Olhe, ainda este que jogamos agora aqui

INQ1 É aquela parte do linho que fica junto à raiz, o tasco?

INF [vocalização] É à raiz e a tudo. [pausa] E a tudo para cima.

INQ1 E a tudo.

INF Olhe que este linho está bem fininho.

INQ1 Pois está.

INQ2 Rhum-rhum.

INF Pois eu ao passar o dedo, fica-me ele eu o coiso cheio de te- de arestas. Chamamos-lhe arestas ao ao que cai, assim mais fino arestas.

INQ1 Pois, principalmente é a parte do linho junto à raiz, exactamente.

INF E aquilo [vocalização] ele o linho está dentro da daquela caninha, da da cana do linho, não é? É espécie duma caninha, porque fica dentro.

INQ1 Pois, pois.

INF E depois, maça-se e depois esfrega-se e é que se espada.

INQ1 Sim senhor.

INF Depois a gente ele [vocalização] o linho fino é conforme o quiserem. Até podem assedá-lo três ou quatro vezes para ser Quanto mais assedarem, mais fino quando se coze.


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