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OUT27

Outeiro, excerto 27

LocationOuteiro (Bragança, Bragança)
SubjectO moinho, a farinha e a panificação
Informant(s) Astreia
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira Luísa Segura da Cruz
TranscriptionCatarina Magro
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INF Quer dizer, é é

INQ Mas o que estava a dizer pode ser de baixo do Alentejo.

INF Sabe às vezes o que o que se faz, o que se fazíamos, antigamente? Chamavam-lhe as respigonas. Como, por exemplo, ficava a masseira com uma pouca de farinha,

INQ1 Sim.

INF a gente varria a masseira [pausa] e apurava aquela farinha outra vez pela peneira, uns rapões ficavam, e depois fazíamos umas respigonas sem fermento. Amassava-se aquilo sem fermento, com o sal A respigona, quer dizer, que era salgada.

INQ1 Hum

INF Botávamos-lhe sal, [pausa] com a água fria Amassávamos com a água fria, com sal, e depois metíamo-la ao forno. Olhe, sabia tão bem que eu sei essas respi- respigonas! Respigonas é como lhe chamamos!

INQ1 Eu nunca comi. Nunca comi.

INF É o pão sem fermento, mas sabe bem. Sabe muito bem Não crescem. Não crescem logo como o de fermento como o outro!

INQ2 Pois.

INF [vocalização] Que era para aproveitar a farinha que ficava.


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