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PAL25

Alte, excerto 25

LocationAlte (Loulé, Faro)
SubjectErvas, arbustos e flores
Informant(s) Acidino Acilino
SurveyALEPG
Survey year1977
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INQ O que é a rabaça?

INF1 É uma espécie do agrião, mas rebenta a quem a come.

INQ Ah!

INF1 Quem come o agrião, aquilo é uma espécie venenoso.

INQ Sim senhor.

INF2 Como é aquela rabacinha que serve de mezinha.

INF1 Serve.

INQ A rabacinha?

INF1 A rabacinha.

INQ Como é que é? É parecida com a rabaça ou não?

INF2 É igual.

INF1 É igual. É também igual.

INQ Mas que serve de mezinha para quê?

INF2 Para o gado [pausa] .

INF1 Para fazer um [vocalização] um chá, para fazer um [vocalização] uma coisa qualquer, para dar ao animal.

INQ Mas para o animal?

INF1 Beber.

INQ Mas quando ele tem o quê?

INF1 Quando tem uma dor ou tem uma coisa qualquer, a gente depois .

INF2 Um tinha um mal nos [vocalização] entrefolhos [pausa] e, então, dei-lhe aquela mezinha. [pausa] Foi um bocado de vela de cera de igreja derretida assim, [pausa] umas duzentas e cinquenta de azeite, [pausa] cinco ovos. [pausa] Tudo batido, tudo mexido. [pausa] uma espécie de seis do volume de seis figos [pausa] de triaga nossa.

INQ De quê?

INF2 Triaga nossa, torrada, feita em polme, que fica tudo naquele caldo.

INQ Não sei o que é.

INF2 Ora, é cocó.

INQ Ah!

INF1 É fezes, pronto! É fezes.

INF2 E, tudo mexido e, depois, dar a beber ao animal [pausa] com a tal [pausa] rabacinha.

INQ Pois.

INF2 Que a gente planta-as aqui [pausa] e sustém-se bem aqui. Não aqui, que aqui sustém-se muito calor. Mas aquilo

INF1 Aqui não, aqui não. Aqui, quando tiver quando se aguenta aqui, pode-se beber, pode-se fazer tudo perfeitamente.

INF2 De maneira que o animal começou a beber, a beber, a beber, a beber, bebeu aquilo, começou a encher, a encher, a encher, a encher [pausa] olhe, não tinha mais pele. O homem disse-me logo o Acílio disse logo: "Você há-de desconfiar, mas olhe que ela tem de se pôr boa. Ela não sabe onde é que vai buscar pele para encher de vento". Esteve obra de [vocalização] uma meia hora até, talvez, muito gorda, muito cheia pois ela estava magrinha, mas encheu a pele, arredondou tudo!

INF1 Esticou, esticou a pele.

INF2 Esticou. Assim começou a abater, a abater, a abater [pausa] e ficou boa. Porque [vocalização]

INQ Ficou boa, foi?

INF2 Ficou boa.

INQ Foi?

INF2 Com o tempo, pôs-se boa. Que foi o animal daquela qualidade de gado vacum que eu vi vomitar foi aquela vaca. Conforme comia as [vocalização] camisas de milho [pausa]

INF1 Fatal.

INF2 assim inteiras e, depois, ao remoer é que remói e então assim, conforme as comia, assim as deitava fora. E eu fiz esta fala e [vocalização] aqui o [vocalização] Doutor Acrísio , [pausa] eu disse que haviam três qualidades de animal que remoíam e diz ele: "Não, quatro". Ele disse-me: " quatro".

INF1 a cabra, [pausa] a ovelha, [pausa] o boi.

INF2 É a cabra, a ovelha, [pausa] e o boi e o [vocalização] elefante.

INF1 E o elefante não sabia eu.

INF2 Pois ele é que me disse que o elefante que remói, tal e qual como a rês.

INF1 Sim, isso não sei eu. Agora, estas três sabia eu.

INF2 Pois, ele disse-me que eram quatro. E [vocalização], diz ele que são essas quatro espécies de animal que tem folho e entrefolho.

INQ Pois.

INF2 Que era o mal da vaca era no entrefolho.


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