PFT11

Perafita, excerto 11

LocalidadePerafita (Alijó, Vila Real)
AssuntoO moinho, a farinha e a panificação
Informante(s) Ácia

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INF Havia um forno que cozia [pausa] todos, todos os dias. Todos os dias cozia, porque o povo é muito grande. E . Agora

INQ E era para várias pessoas?

INF É, iam. [vocalização] Eu também ia quando não tinha o forno, mas depois a, a a ladrona [pausa] roubava a massa da masseira e ia, botava aos ia botá-la aos porcos, à pia. E uma vez uma vez foram [vocalização] um cão [pausa] foram dar com um com um avental dela, não teve tempo de a levar para casa, e o cão agarrou na [pausa] naquele avental de, de fa- de massa e correu pelo povo fora. E depois foi um falatório. E depois a mim também me fez igual. E eu, está claro, um dia disse assim: "Ai, ó Almira, tu não te demores a ir para o forno que [vocalização] é preciso acarrar a água". Que ela, ela a [vocalização] ladrona, bota-se à [vocalização] Se vou acarrar a água, tenho que ir buscá-la à fonte, e ela faz a fateixa. Ele estava a nevar, nevava muito, eles não puderam ir. Eu peguei e digo: "Bem". Depois dizia-me ela: "Vai buscar a água. Vai buscar a água, que é preciso. Vem outro freguês para cozer". Ela o que queria era que me eu desandasse. E eu fui. Quando vim, estava a fateixa feita. Apareceram os meus filhos, o meu mais velho e a minha filha. E eu disse assim: "Raio vos parta. Ela a excomungada fez a fateixa". Diz: "Ó minha mãe, não se aflija que eu vou dar com ela". andámos debaixo da masseira, duma caixa grande, num pilheiro, onde ela tinha [pausa] para aí obra duma broa em cima, para trás do forno, e o meu filho foi dar com ela. Diz: "Ó minha mãe, aqui está". Depois eu [vocalização], está claro, andei, andei pela picueta. Depois fui para me tornar a cozer mas [vocalização]: "Ai, eu não tenho vagar, ah não tenho vagar". "Então enriqueceu com a com a massa que me roubou? enriqueceu"? "Ai menino Jesus perdoai-me, que ela não me quer perdoar"! Digo: " [vocalização] Que te perdoe Deus ou o Diabo". Nunca mais! Depois digo: "Bem, tratem de me comprar um forno". Depois um senhor que mora ali nos Jorjais, ali à borda da estrada que [vocalização] até lhe chamam, é, era can-. É cantoneiro, o que é agora está reformado. Era de Amarante. Acho que é o que é o carteiro. É, é. Era de Amarante. E eu disse: "Ó senhor Aristipo, o senhor quando for a Amarante, traga-me um forno". Disse: "Trago, sim senhor. E trago um para o Freixo". Trouxe-me então o meu, e trouxe um para o Freixo. Olhe dei em o cozer foi. Nunca mais me roubou mais nada.


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