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STE11

Santo Espírito, excerto 11

LocationSanto Espírito (Vila do Porto, Ponta Delgada)
SubjectA vida humana
Informant(s) Isaltina
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Quando, por exemplo, um rapaz pedia a uma rapariga para namorar com ela e ela dizia que não, diz que lhe dava o quê? Como é que lhe dizia?

INF O desengano.

INQ1 Diga.

INF O desengano desen- Risos. Antes lhe dar o desengano do que ele levar do que é ele levar com a mala nas costas. Risos Uma vez um rapaz a minha mãe contou à gente falou a uma rapariga e [vocalização] depois ela disse-lhe que não [pausa] e jogou-lhe com água na cara. Ia da missa [vocalização] e ele vai e três socos nas costas, a jeito, Risos e pôs-se a andar. O rapaz, mesmo ele disse: "Eu dei-lhe três socos e ela deu-me com água na cara. Mas eu também me consolei em dar-lhe três socos".

INQ2 Mas ele atirava a baga e depois ela atirava a baga para trás, era?

INF Não senhor, ele falou-lhe em casamento, exacto. E ela disse que que não e foi assim, pittt, com água na cara. Depois ele ele pregou-lhe três socos nas costas.

INQ2 Pois.

INF E ficou satisfeito!Risos

INQ2 Mas não, não uma, na altura dumas festas não que as raparigas costumavam mandar assim umas coisas para, para os rapazes que se engraçavam?

INF Ah, nunca nunca vi. [pausa] Nalgum tempo, os rapazes diz que arrufiavam as às raparigas

INQ1 Como é que é?

INF Nalgum tempo, diz que os homens acho que arrufiavam às raparigas mas eu também não sei se é costume. Eu não sei.

INQ2 Pois. E, mas não havia uma, um dia, uma noite ou um dia no ano em que se mandava uma coisa para a rua e aquele primeiro que passava é que era aquele com que ela?

INF Ai, isso é quando fazem anos. É. Quando eles fazem anos, dizem que comem mesmo um ovo cozido.

INQ2 Sim.

INF [vocalização] Rapaz ou rapariga.

INQ2 Pois.

INF E depois vai botar as cascas na rua, assim para fora, para ele a modos que passe por ao do caminho. Passa ao do caminho, vai botar uma casca. Diz que se [vocalização] se é rapaz, uma rapariga vai passando, pergunta-lhe: "Qu- Como é que te chamas"? Ela diz o nome. [vocalização] É o nome que lhe há-de calhar a uma rapariga quando ele se casar. É o nome da rapariga que lhe vai calhar. É mentiras. E a rapariga diz que é pois o mesmo. Também passa, pergunta a um rapaz, se vai passando, como é que se chama, ele diz o nome. [pausa] Ele um dia, a minha cunhada vinha da vila, e [vocalização] ali à Almagreira, passou e diz que chegando ali à [vocalização] ao , direitos a uma porta, a rapariga diz que pareciam umas cascas por baixo dela, da do escadão, assim, e perguntou: "Esse rapazinho como é que se chama"? Oh, minha minha mãe?! Minha cunhada! O senhor Hostílio está na América. "Ele chama-se Hostílio". Ela disse: "Ah, está bem! É que eu hoje fiz anos. O meu noivo vai ser Hostílio"! O nome que que vai passando quando se bota a casca do ovo fora. Que coisa disparatada!


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