INQ1 E não faz nada…
INF Fazemos pés de coentrada.
INQ1 Como?
INF Pés de coentrada.
INQ2 Pés de coentrada.
INQ1 Ah! … É os pezinhos mesmo, não é?
INF É os pés. Porque os…
INQ1 Assim… Mas não põe nada ao fumeiro?
INF Não. A gente não faz, aqui não aqui não se usa o presunto.
INQ1 Ai não?
INF Não. Nem sei. A gente, os pés, partia…
INQ1 Aproveita só os pés?
INF Os pés, cortam-se logo aqui assim, à ponta do porco assim; e depois é assim uns chispes; depois, os pezinhos, metemos no sal. Eu cá é no sal – há muita gente que é nas arcas, mas a gente é no sal. Depois partimos assim aos bocadinhos, aos bocadinhos… Se é muita gente, põe-se mais pés; se é pouca gente, põe-se pouco – um pé ou dois, não é? Depois coze-se ali com uma pinguinha de água e um bocadinho de linguiça e uma cebolinha. [pausa] Depois tira-se, [pausa] em estando cozido, põe-se ali um coisinho de banha num tachinho de barro no lume – no lume, no chão.
INQ1 Pois. Assim é que é bom.
INF Num tachinho de barro, põe-se um bocadinho de cebola picada, põe-se um raminho de coentros, [pausa] põe-se o pé do porco e a linguicinha que está ali para dentro daquele tempero, e um coisinho de vinagre. Deixa-se dar ali uma fervura. Está ali a lo- a sopa de pão caseiro toda migada dentro duma travessa, [pausa] despeja-se aquilo para dentro, é comer e chamar por mais!
INQ1 Pois.
INF Vejam lá o comer que eu sei fazer, que, que a gente que eu me avezei, porque me davam na minha casa e na casa da minha mãe.