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TRC37

Fontinhas, excerto 37

LocationFontinhas (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
SubjectAs festas religiosas e profanas
Informant(s) Cálias Calígula
SurveyALEPG
Survey year1981
Interviewer(s)João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

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INF1 Mas o marchante tem que saber o que é que vai partir também. Por isso é que a gente chama marchante. Portanto, vem de marechal, [pausa] está a perceber?

INQ Hum-hum. Pois.

INF1 Chamam marchante. Mas para mim, [pausa] no meu entender, era marechal [pausa] que eles queriam dizer, mas como falamos o calão, muitas palavras que [pausa] que não são aquilo que que Quer dizer, que não são pronunciadas como são escritas. Ainda hoje, [pausa] para lhe dizer a verdade, ainda hoje na nossa freguesia pessoas, quando falam, [pausa] que falam mas falam à antigamente e em em vez de dizerem de dizerem "janela" dizem jinela.

INF2 Ah, isso então!

INF1 Não, mas isto é Está a perceber? Escreve

INQ O José da Lata também cantava à jinela.

INF1 Não, não.

INF2 Ele escreve

INF1 Ele escreve "janela" mas quando pronunciar diz jinela.

INQ Claro.

INF1 Portanto, é ele Por isso é que eu lhe estou a dizer: o marchante é possível que se refira a marechal, sei ! E no entanto, a gente chama-lhe marchante. É o É a forma de pronunciar. De escrever não sei, porque até nunca escrevi, eu. Quer dizer, nunca nunca precisei de escrever! [pausa] Se eu precisasse de escrever, isso eu tinha que ir Tinha que ir ao dicionário procurar essa palavra. Tinha que eu mal mal sabia escrever.


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