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TRC47

Fontinhas, excerto 47

LocationFontinhas (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
SubjectErvas, arbustos e flores
Informant(s) Celisa Camolino Celeste
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationMárcia Bolrinha

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INQ1 E o alecrim servia para fazer o quê?

INF1 Chá.

INQ1 chá?

INF1 E para benzer quem tem coisas ruins consigo.

INQ1 Diga, diga. Como é que é?

INQ2 Ai é?

INF1 E para benzer quem tem coisas ruins consigo.

Risos

INQ2 Benze com alecrim?

INQ1 Mas como é que se benze?

INF1 É. Diz que sim.

INF2 Como é que se faz essa benzedura?

INF1 O alecrim, a benzedura não sei então dizer ao senhor.

INQ1 Mas era com? Fazia-se alguma coisa com o alecrim ou se benzia com o alecrim? Fazia-se um?

INF3 Aquilo era

INF1 Era chás e era e era com o galhinho de alecrim. [vocalização] [pausa] Benzia-se.

INF2 Para ver se espantava aquela coisa. Risos

INF1 A ver se espantava aquela aquele ar que se que se alguém tem [vocalização] A gente ri-se mas tem muita gente que tem!

INF3 Ah, isso tanto!

INF1 Sim, não penses tu que não.

INQ1 Mas como é que se sabia que a pessoa tinha dessas coisas?

INF1 É porque gente que benze. Não sou eu, que não sei.

INQ1 Não, não é benzer, mas

INF1 Se soubesse ganhava bastante dinheiro!

INF2 Risos

INQ1 Pois.

INF1 Mas não sei. Mas tem ali na cidade quem saiba!

INQ2 Mas como é que se sabe que a pessoa está com algum mal? Como é que se ?

INF1 Como é? É porque ele está doente.

INQ1

INQ2 E não se cura?

INF1 E no Cura-se! Que o senhor doutor o senhor doutor não ache tafulho, eles pegam em si e vão para os benzedores!

INQ1 Na cidade benzedores?

INF1 Eles benzem Eles benzem e eles dizem as coisas todas que a criatura tem. E eles são de fora da freguesia, não sabem nada da freguesia. Nem sabem nem se uma Uma comparação: não sabem nem se morreu alguém à senhora, nem se não morreu; nem em que tempo é que morreu; nem se foi novo, nem se foi velho. E eles dizem tudo! [pausa] Eu não quero nada com aquela gente.

INF2 Risos

INF3 Risos

INQ1 Mas é na cidade que , é?

INF1 É na cidade

INF2 Não, ele é na cidade e sem ser na cidade.

INF1 E na

INF2 E é por estes montes também .

INF1 É por estes montes, sim, e no [vocalização] no Raminho, disse-me o Candelário. no Raminho e [vocalização] em mais bandas. Ali na cidade, em duas bandas ou três. E no Raminho e e em mais bandas por . E na Agualva um!

INQ1 E dão dessas coisas, desses chás e coisas, é?

INF1 Estes chás, não A gente, eles

INQ1 ? As pessoas

INF1 As pessoas bebem desse chá se eles mandam.

INQ1 Rhum-rhum.

INF1 Se eles não mandam não bebem. [vocalização] se para uma constipação! Que o alecrim fervido em [vocalização] O [vocalização] alecrim fervido em vinho, com açúcar, dá-se a uma criatura que apanhe uma constipação e ele sua, fica bom.

INQ1 Rhum-rhum.

INQ2 Deve ser bom!

INF1 É, sim senhora.


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