INQ1 E o homem que as guardava? Essa boiada?
INF Chamavam-no boeiro [pausa] das vacas.
INQ2 O boeiro.
INF Era o boeiro.
INQ2 E os pastores das cabras e os pastores das ovelhas?
INF É o que agora aí anda na serra. Olhem, [vocalização] em tempos, punham metiam boeiros a guardar a, a as vacas. Chamavam-nos boeiros. Agora botam-nos à mata e vão para onde querem. Às vezes vêm aqui ter às manadas. Dão aí cabo do que cá há feito.
INQ2 Pois é.
INF Isso havia de ser… Isso havia de ser proibido!
INQ2 Pois.
INQ1 Claro.
INF Ou porem-lhe um pastor.
INQ2 Pois claro.
INF Porem-lhe um boeiro.
INQ2 Agora já não há, não há boeiros?
INF Não há. Não há. Não… Ninguém…
INQ2 Põem as ca-, as ove-… Põem as vacas lá para cima?
INF Botam-nas à mata para a serra e para lá andam. Os senhores se forem lá em cima onde chamamos a a Torre e ali a serra, vê lá mais de trezentos ou quatrocentos bezerros por aí afora.
INQ2 Sozinhos?
INF Sozinhos.
INQ1 Pois. Mas o senhor disse que elas estavam na mata e depois que vinham ter às manadas…
INF [vocalização] Vêm aqui ter às manadas ao terreiro. Falta-lhe lá a comida, vêm à pergunta dela. A mim, aqui, têm-me eles dado, de Inverno, bastante prejuízo.
INQ1 O que são as manadas?
INF É manadas de bezerros. [pausa] Os bezerros.
INQ2 Os bezerros, não é uma boiada?
INF Não é? É, é uma boiada de bezerros. Ou [vocalização] Chamam manadas e chamam [pausa] boiada.
INQ2 Boiada.
INF "Vem É uma boiada de bezerros que aí vem! Vem dar prejuízo"! Dum ano para O outro ano até aqui as hortas comeram, e couves, e tudo. E a gente ainda os vai avisar, ainda ameaçam para bater. [pausa] Está a ver como anda isto? É assim.