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UNS40

Unhais da Serra, excerto 40

LocationUnhais da Serra (Covilhã, Castelo Branco)
SubjectA vinha e o vinho
Informant(s) Dimas Dília Diodoro
SurveyALEPG
Survey year1997
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Pronto, devagarinho vou curvando

INF1 Devagarinho, não a força assim muito, até a acompanha por baixo onde faz a curva.

INQ1 Pois, para não, para não esgaçar.

INF1 Mas muito devagarinho! Mas é preciso que esteja o sol quentinho, que é para ela estar maleável. Senão, se a vai a torcer logo assim de repente, logo parte-lhe ao meio.

INQ1 Pode partir.

INF1 Curva-a assim devagarinho, faz um rego no chão.

INQ1 Rhum.

INF1 Se ela tem [vocalização] dois metros ou assim, [pausa]

INQ1 Pois.

INF1 faz um rego no chão, [pausa] com um palmo de fundo, mergulha-a , mergulha-a , [pausa]

INQ1 E as

INF1 bota-lhe terra em c- segura-a com o e bota-lhe terra em cima e não sai dali. não sai dali. [pausa] Curva-a um bocadinho, mete-a debaixo de terra

INQ1 Mas tem que ficar voltado

INF1 E dei- E deixa-lhe uma parte, conforme o que ela der, o que ela tiver

INQ1 Pois.

INF1 Se ela sair para fora um grande bocado, deixa-lhe trinta centímetros de fora. Mergulha-a, [pausa]

INQ1 E volta a sair.

INF1 bota-lhe põe-lhe o em cima para ela não fugir. Põe-lhe o em cima, à vara, bota-lhe terra e depois acalca-a, e curva-a, e depois vira-a novamente para cima, a ponta. Se a ponta tiver [vocalização] trinta ou quarenta centímetros, depois corta-lhe a ponta e deixa-a com trinta cen- centímetros de fora.

INQ1 Sim.

INF1 E depois onde faz a curva, [pausa] espeta uma estacazinha. Onde faz a curva [pausa]

INQ1 Sim.

INF1 espeta-lhe uma estacazinha, [pausa] ata-lhe aqui um baracinho. Se houver um acidente, que lhe toquem, para não partir, ali está oprimida está a perceber?

INQ1 Pois, pois, pois. Estou a perceber.

INF2 vamos.

INF1 Onde faz a curva.

INF2 vai.

INF1 Onde faz a curva, põe-lhe ali uma varazinha, com um baracinho um baracinho, até um loureiro, [vocalização]

INQ1 Sim, sim, sim.

INF1 uma coisa que seja maleável

INQ1 Pois.

INF1 ele até um lou- um loureiro de facto fato, ou assim

INQ1 Pois.

INF1 Ele se é, por exemplo, uma

INQ1 Não é bom ráfia? Ráfia não é bom?

INF1 Não é muito aconselhável. A ráfia é boa mas é quando é para atar.

INQ1 Pois.

INF1 Um Até um loureiro de de facto fato, ou coisa

INQ1 Pois.

INF1 Uma coisa que, que não que não trace. A ráfia, se estiver muito tempo, também é capaz de traçar.

INQ1 Ah, pois.

INF3 Ela também traça.

INF1 Que é Que é duro.

INQ2 Rhum-rhum.

INF3 Não deixa em condições.

INF1 E se for um baraço de nylon, ainda pior.

INQ2 Ainda pior.

INQ1 Pois.

INF1 Onde faz a curva [pausa] Onde faz a curva, põe-lhe aquela varazinha, ata-lhe ali um baraço de [pausa] pano, de qualquer coisa. Se às vezes se encostam ali, [vocalização] que a gaja está ali ao aos delandão, assim aquela curva grande, pode partir.

INQ1 Pois, pois.

INF1 Ou que a gaja queira estalar, não estala, porque está ali oprimida.

INQ1 Pois.

INQ2 Rhum-rhum.

INF1 Podem às vezes encostarem-se ali e abaixarem-lhe a curva ou assim, e dali não sai. [pausa] E na ponta que ficou de fora, põem-lhe outra varazinha uma cana, ou do que por usam, ou uma vara

INQ1 Pois.

INF1 na ponta que saiu.

INQ1 Sim.

INF1 E pronto. E se for o tempo seco

INQ1 E, e tenho que regar ou não?

INF1 Se for o tempo seco, de vez em quando bota-lhe água onde o onde a mergulhou,

INQ1 Pois.

INF1 debaixo de terra.


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