INQ Olhe, aqui, aqui a maior parte das pessoas trabalham na, na pesca. Mas há algumas…
INF A maior parte é pescadores, exactamente. É pescadores… E é claro, a classe da gente nova [pausa] está-se a ocupar dos hotéis, muitos é empregados de hotéis. Mas assim já mais [pausa] de quarenta anos, de trinta e tal, já vai tudo pescadores. Não quer dizer que um ou dois rapazes, ou cinco ou seis ou dez ou doze, ou quinze ou vinte, não tenham têm o seus empregos de ofício…
INQ Pois.
INF É claro, em escritórios, e coiso. Mas, quer dizer, a maior parte – a maioria – das três partes – uma tira-se pela outra –, o ofício é é, a maior parte, é pescador. Traineiras, às vezes há um desarrumo, vêm para as lanchinhas [pausa] para pescar. A gente aqui, produz-se também peixe que vai para a [vocalização] que vai para a Alemanha, vai para Itália e vai para Lisboa, e vai para para Setúbal. Daqui vai besugos, vai fanecas. E consome peixe pelos arredores, porque Alvor consome muito peixe. Não é só o valor que dá, também, para contribuições do Estado e para as, ele é a área que satisfaz com o peixe. De Inverno, às vezes [vocalização], a gente atira-se com um pedacinho de tempo. As traineiras, às vezes, não apanha peixe, as coisas dão mal. Mas também há pouca pesca e a gente, às vezes astreve-se a mal. Temos uma barra muito má, muito ruim. Ninguém olha. Salva-vidas, não temos em Alvor! Porque ele havia-se de ter um salva-vidas com quarenta cavalos para ir [vocalização] ajudar a gente. Além disso, temos e não fazem caso de ir lá. Que um barquinho de borracha não serve. A gente temos visto a morte muito , o que vale não é a nossa barra, é a de Portimão. É a nossa salvação. E a gente vai pescar peixe para Silves, peixe para Monchique… Está bem, pagam o nosso trabalho. Mas vamos, quer dizer, é uma alimentação que dá, é uma grandeza que dá a Portugal.
INQ Pois. Ah, pois!
INF Dá ao Algarve! E fora do Algarve! Além de a gente pagarem e [vocalização] coisa e que vamos arriscados. Ainda se tivesse uma barra boa, nova ou assim uma barra escapatória, ou um rio escapatório, melhor, ainda se trabalhava [pausa] mais à foita. E como o filho de Alvor é arrojado e é trabalhador… Malandro não é, o marítimo não é! Não é, minha senhora, não é.