ALV39

Alvor, excerto 39

LocalidadeAlvor (Portimão, Faro)
AssuntoA atmosfera e as condições climatéricas
Informante(s) Ápio Apúlio

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INQ1 Pois. Olhe e Como é que se chama o Portanto, depois vem o relâmpago, não é?

INF1 Exactamente.

INQ1 Mas às vezes o relâmpago cai na terra mesmo, nas árvores

INF1 Perigo. Perigo. Dizem que cai com o raio e com a centelha.

INQ2 Cai com?

INF1 Com o raio e com a centelha. O raio,, [pausa] eu vi; agora, a centelha, não vi. A centelha diz que é de espécie duma sachola [pausa] com três quinas, [pausa] em serra. Três quinas.

INQ1 Pois.

INF1 E o raio é comprido. [pausa] O raio é comprido e estreito. Tem também três quinazinhas. Tem três quinazinhas, o raio. E a E a centelha é como a é, com uma serra, uma espécie duma sachola.

INF2 Boa tarde.

INQ1 Boa tarde.

INQ2 Boa tarde.

INQ1 Olhe, e depois quando a gente assim muitos raios?

INQ2 Como é? Desculpe , é, um é raio e o outro é?

INF1 Centelha. Quando cai o perigo do relâmpago, traz raio ou centelha.

INQ1 Olhe, e depois quando se começam a ver muitos raios diz-se que está a?

INF1 Do sol?

INQ1 Não. Quando Se, a gente muitos raios, diz-se que está a?

INF1 A v- A fazer perigo. Quando a gente cair o Quando a gente , às vezes, o trovão , o relâmpago em baixo, a gente diz assim: "Aquele relâmpago trouxe perigo"!

INQ2 Pois.

INF1 Quando a gente às vezes o relâmpago rebentar muito baixo, diz assim: "Aquele relâmpago O relâmpago trouxe perigo [pausa] perigo"! E o perigo, vem a centelha ou vem o raio

INQ1 Pois.

INF1 no perigo.

INQ1 Olhe, e às vezes por exemplo, a gente vai numa rua ou às vezes no mar e não nada à frente. Porquê? uma coisa que

INF1 Nevoeiro.

INQ1 E se for um nevoeiro mais limpinho?

INF1 Um nevoeiro mais leve? Diz assim: "Está cerrado"! Mas, é claro, [vocalização] está cerrado. E assim em mais forte é nevoeiro. A gente é quando diz então: " [vocalização] O tempo está cerrado"! Cerrado quer dizer uma coisa mais leve, que se a vista ao distante. E sendo [pausa] que não se aviste qua- quase nada, é nevoeiro.

INQ1 Pois.

INF1 Uma cerração, av-, av- avista sempre, mas, sendo nevoeiro, não se avista nada.

INQ1 Olhe, às vezes, uma coisa branca que cai de noite, que cai de noite,

INF1 A neve.

INQ1 Pois, mas cai de noite, de manhã aparece tudo branco.

INF1 Orvalho.

INQ1 Mas o orvalho é água e às vezes aparece uma coisa que é? A cobrir também as coisas

INF1 Pois. Pois, é a neve. A neve juntamente com o orvalho. Porque a neve faz água. Desde a hora que a neve derrete, é água. O gelo, o senhor põe o gelo, desde a hora que ele derreteu, o gelo, [pausa] torna-se em água. Portanto, o que é que cai é a neve e da neve faz água. Ou a orvalheira. A orvalheira não é ele o branco. Ele diz-se: "Água de Verão, cai orvalheira" quando vinham tempos do mar. [pausa] Molhado, ! Não é frio mas é molhado.

INQ1 Pois.

INF1 Com licença.

INQ2 Claro. Portanto, o orvalho é mesmo?

INF1 O orvalho é diferente de [vocalização] da neve. Porque o orvalho, mesmo de Verão, com calor, cai orvalho de noite. Está molhado; a gente chega às paredes e isso está húmido. Mas não caiu frio. Portanto que a neve é uma coisa e o orvalho é outra.

INQ1 Pois.

INQ2 E a orvalheira?

INF1 E a orvalheira também. É o mesmo que o orvalho.

INQ2 Ah!

INF1 É molhado , não é frio. Agora sendo neve, [pausa] resulta Da neve resulta também a orvalheira.

INQ1 Pois.

INF1 E a neve,

INQ2 Pois claro.

INF1 a neve derrete-se em orvalho.

INQ1 Pois.


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