INF [vocalização] Eu tenho uma coisa interessante de que se passou comigo e com o Januário. Conhece o Januário Jerónimo?
INQ Não.
INF Ele vinha muito aqui, vinha ainda em estudante e agora veio um dia, um ano, vieram para aqui passar uns dias, numas férias. E [vocalização] já se vê a couve, depende, mas nós temos aqui uma qualidade de couve que cresce muito. Há couves que ficam da minha altura e mais altas. E ele chegou f-, eu estava na horta a apanhar e ele disse: "Eh pá, quantos anos tem este pé de couve para estar deste tamanho"? Eu ri-me e disse: "Olha lá, estás a estudar mas eu ainda sei mais do que tu! Este pé de couve foi plantado este ano, em Fevereiro". Só que a terra é muito produtiva, depois o meu marido também então trata muito bem. [vocalização] Deita muito estrume, deita a urina do porco, deita a urina da vaca. Porque como a vaca fica de noite em casa, [vocalização] dentro da cova, há ali uma vedação que a urina veda.
INQ Rhum-rhum.
INF E ele jun- enche, põe nuns baldes e vai deitar na horta. Deita na nas couves, deita no cebolinho deita… E [vocalização] fa- fica a terra muito forte, muito dá couve muito bonita. Mas [vocalização] aqui [vocalização] Agora o repolho também não é uma [pausa] hortaliça que se use há muitos anos aqui no nosso lugar. Praticamente, o que se usava aqui era couve e nabo. O repolho, a couve-de-lombarda, a couve-de-talo-branco, a couve-flor – que não se cultiva couve-flor aqui no nosso meio –, [pausa]
INQ Rhum-rhum.
INF [vocalização] poderá haver alguém que use mas só comprando n- no mercado.