INF Porque aquela maunça era escolhida… [vocalização] Havia pessoas que não tinham terras de trigo. [pausa] E não tinham terras de trigo, iam – havia quem dava, mas também havia quem vendia –, iam medir a terra… Havia pessoas que compravam uma quarta de terra de palha. Ia-se corta- A pessoa que comprava a palha é que ia cortar. Cortava a palha, trazia para casa e escolhia o trigo melhor a palha melhor. [vocalização] Faziam-se maunças. Havia pessoas E aquelas maunças eram depois amarradas e postas às dúzias. Por exemplo, [vocalização] uma quarta de terra dava, por exemplo, dezasseis dúzias… Não. Meia quarta é que dava dezasseis dúzias de palha. Porque também havia uma palha que rendia mais uma que a outra. Se o trigo fosse mais basto, se fosse melhor, dava mais palha. Portanto, ele dava escolhia-se as maunças, [pausa] amarravam-se e punham-se ao sol. E batia-se com uma maça, com a mesma maça que ma- que batiam o linho. E o re- o restolho, chamava-se o restolho, e [vocalização] amarrava-se em molhos e ia-se pôr em casa do dono, porque a gente trazia a palha para as nossas casas. E [vocalização] [pausa] E ia para casa do dono o restolho, para deitar na eira, para moer junto com o outro trigo, que era aquela palha que não prestava mas que tinha grão. O trigo que era das maunças, as pessoas esco- escolhiam o trigo, batiam as maunças, limpavam o trigo e iam pôr o trigo em casa do dono. E esse é que era o trigo muito limpo que as pessoas guardavam para ficar para semente, para semear para o outro ano, porque era um trigo muito limpo, muito escolhido. Havia também pessoas que não se importavam com a palha nem tinham e não eram muito e davam. A pessoa ia para lá… Ia Muitas vezes ia-se escolher… Também havia pessoas que escolhiam muita palha para vender e havia outros que só escolhiam para os seus chaspéus para os seus chapéus. Mas não havia casa nenhuma que não escolhesse palha, que não tivesse a sua palha para fazer os seus chapéus. Portanto, também até se escolhia no dia de o trigo ir para a eira de, de. Levantavam-se muito cedo e iam pô- estender o trigo na eira. E depois escolhia-se os melho- os molhos de trigo melhor, de palha melhor e 'escapuchava-se'. Vai-se escapuchar umas maunças para se fazer os chapéus. Aí [vocalização] era escapuchada a maunça. Ele podia-se jun- escolher duas dúzias ou três dúzias de palha, porque não dava tempo para escolher mais. E então amarrava-se a maunça, punha-se ao sol, e quando era ali onze horas, onze e meia, meio-dia, ia-se bater as maunças, que já não se batiam com as maças. [vocalização] Então havia pessoas também que não gostavam tanto assim. Era escolhi- Era batida no, na, na no trilho, em baixo, a parte do chão que ia de rasto do trilho que ia de rasto na eira, batia-se as ma-… Até os homens também ajudavam a bater. E batia-se sempre pelo lado… Porque a gente, o gado iam encruzavam-se – iam em volta e encruzavam-se –, e batia-se sempre no trilho que estava por dentro, [pausa] para não respingar tanto para fora da eira.
INQ Rhum-rhum.
INF E depois esfregava-se em cestos, quando aquilo ficava… Ficava batido mas não ficava bem… E depois punha-se o cesto na beira da na banda do combro da eira e esfregava-se a maunça para cair o resto do trigo no [vocalização] dentro da eira.