INF1 Agora [pausa] estes rapazes novos não sabem aquilo que a gente passámos.
INQ Pois é. Ai sim, estes meninos assim mais pequenos…
INF2 Estes Estes rapazes novos nem sequer sabem o que passavam .
INF1 Não, não sabe. Há gente não sabe. Não sabem o que a gente se passámos aí.
INF2 [vocalização] Passaram Não passaram fome, nem [vocalização] obrigação…
INQ Claro.
INF2
INF1 A gente remava… [pausa] A gente pegava num remo, [pausa] íamos … Tanto me custou ser eu como este senhor e outros do meu tempo.
INF2 Nã- Não se poder puxar, não é?
INQ Do frio, não é?
INF2 As mãos inch- inchadas, que não se poder traba-. Nã- A gente pôr a molhar! A gente pôr as mãos assim! Som de palmadas nas mãos
INF1 Mas no frio. Tinha de ser assim mesmo como tábuas. De novo, som de palmadas [pausa] D-, d- Do remo, ficava-se como [vocalização] calos.
INF2 Como a tábuas.
INQ Pois, pois.
INF1 Eu ainda tenho isto aqui – ainda tenho isto – desses calos desse tempo.
INQ Pois, pois.
INF2 O que nós queríamos é que eles…
INF1 Que a gente queria pegar no aparelho…
INQ Não conseguiam quase por causa de… Não sentiam as mãos.
INF1 Que era para A gente queria-se meter a mão na água para am- para amolecer – [pausa] para aquilo ficar m- mole – para a gente poder pegar no aparelho.