INQ1 Senhor José, agora, a água vinha na ribeira. Como é que o senhor a fazia encaminhar, encaminhar até aqui?
INF A água [pausa] lá atrás, no princípio, tem um… Chamavam a portinhola. Hoje está tapado com cimento porque [vocalização] a portinhola é uma tábua uma porta de madeira.
INQ1 Rhum-rhum.
INF E a Mas apodreceu. E eu como isto não estar a moer, tapei com cimento. Está a feição, uma vez que queiram moer, [pausa] eu esmigalhar aquilo. E [vocalização] E depois eu botava a água lá só que queria. Ele embora que a ribeira estivesse grande, a gente botava só a que queria. Depois já aqui mais abaixo tem a divisão: umas portinholas então mais pequenas – uma para cada moinho. A gente se quiser moer com os dois, bota primeiro um a moer e [vocalização] vem-no regular. Assim que ele está encaminhado, vai outra vez então botar o outro a moer. Bota aqui o milho, e botará as coisas à feição, e bota o outro moinho a moer. [vocalização] Mas regula ali a água que, às vezes, um moinho leva mais água de que o outro. E [vocalização] a gente ali nas portinholas é que regula a água. Deixa vir só a água que quer para um e para o outro.
INQ1 Na, na primeira portinhola como, como é que a água vinha encarreirada para as outras cá de baixo? Vinha por quê?
INF A primeira portinhola, vem vem tudo na mesma calha. E depois cá em baixo tem então [vocalização] é t- ali um tapãozinho de pedra e e é conforme há as duas calhas, uma para cada moinho.
INQ1 Sim senhor. E depois no fim dessa calha…
INF Uma Uma então quase que se via ali, mas está ali umas coisas…
INQ1 Mas no fim dessa calha, ela estreitava um bocadinho?
INF Ela es-, es-, ela não Tem [vocalização] uma parte que é em pedra; depois aqui mais perto do moinho tem um bocadinho que é em madeira.
INQ1 E como é que chama isso…
INF E a parte A parte da madeira, aquilo chamava-se setia.
INQ2 Rhum-rhum.
INF E daí é que a água que saía da da parte que era já madeira é que batia ali naquela coisa que que chamam as penas do moinho.