INQ1 Olhe, e antigamente este musgo era usado para alguma coisa, este?…
INF Ah, eles quando era pelo Natal iam aí pelas paredes a [vocalização] desapegar algum [vocalização] para fazer presépios.
INQ1 Rhum-rhum.
INF Pois.
INQ1 Mas não, nunca se usou assim aquele lá de cima, sem ser este das paredes, aquele lá de cima do, dos baldios e isso, nunca se usou para encher almofadas, para encher travesseiras? Aqui nunca se usou?
INF Us- Usavam era musgão. Musgão.
INQ1 Ah!
INF Musgão. Uma coisa que havia nos postes [vocalização] donde. Mas depois começaram a adubar, isso desapareceu. Aquilo dava nos terrenos mais fracos. O adubo fez com que [vocalização] o [vocalização] musgão desaparecesse.
INQ1 Ah!
INF Aquilo até enxugavam-no, e e escolhiam-no. Alguma coisa que não prestava, que ele ch- havia chamavam o musgão-tendilhão, que era um musgão mais miserável. Eles [vocalização] escolhiam-no e separavam-no do outro. E depois tiravam-no dos colchões, lá de tempos a tempos, e assoalhavam-no e iam mexendo e desfazendo para ele – tinha a tendência em entorranizar… [vocalização] Mas hoje já não se usa musgão.
INQ2 Pois.
INQ1 Já ninguém usa?
INF [vocalização] Aí muitos usavam, [vocalização] depois mais tarde, usavam casca: desfiavam casca de milho, e picavam-na. E [vocalização] E usavam o que era mais?… Ai! Palha. Palha de trigo.
INQ1 Rhum-rhum.
INF O pior era quando ela… Porque a de trigo tinha ainda alguma pragana na palha! Risos
INQ1 Ai!
INF Aquilo dava umas picadelas na gente! Risos
INQ1 Claro.
INF É bom para despertar, para uma pessoa não pegar muito no sono.
INQ1 Pois é.
INQ2 Está bem visto essas coisas.
INQ1 Sim senhor.
INF Mas é ho- hoje é tudo colchões modernos, já não…
INQ1 Já não há nada disso.