INQ1 Chamava-lhe o quê àquele sítio que tinha água?
INF Aquilo chamavam-lhe os poços de linho. Poço de linho. Porque aquilo era ao pé da ribeira e [vocalização] e tinha um modo de encanar para lá uma tanta água, só a água que queriam.
INQ2 Rhum-rhum.
INF E depois aquilo era dividido por vários poços. [pausa] Enchiam um… E eu tinha uns que não vedavam bem. Tinha que ter sempre uma co- pinguita de água a correr. Era pouca, depois de estar cheio, era só para ir aguentando. Agora aquelas que vedavam, enchiam-nos e [vocalização] e, às vezes… Mas iam lá de vez em quando ver, porque, às vezes, havia algum maldoso que que sabia os que não vedavam e tapavam a água para ela para ela secar.
INQ2 Claro. Mas…
INQ1 Pois.
INF Aí sempre houve Toda a vida houve quem fizesse bem e mal!
INQ1 Pois.
INQ2 Mas esses…
INQ1 E chamavam-lhe poços a isso? Eram os poços?
INF Eram os poços do linho.
INQ1 Mas eram só para o linho? Não era para mais nada? Esses poços não serviam para mais nada?
INF [vocalização] Ele quando não era no tempo do linho, às vezes, quando era vimes que queriam fazer cestos mas estavam já muito secos, que os queriam botar de molho, iam-nos lá botar. E eles, às vezes, estavam meio já arcados – no que tinham secado, tinham arcado –, e eles botavam com aquela giga pelo ar, e apertavam-nos para baixo, e botavam-lhe umas pedras grandes em cima.
INQ2 Rhum-rhum.
INF [vocalização] Faziam isto antes de botar água a correr para lá.
INQ2 Rhum-rhum.
INF E depois é que botavam a água a correr e estava para ali uns dias. Quando lhe pareciam que eles que haviam de estar já a modo, iam lá experimentar. [pausa] Metiam a mão e experimentavam o vime a ver se se ele não quebrava.
INQ1 Pois.
INF Estava a modo de fazer os cestos. Mas só os traziam quando viam que que podiam ou ou tinham quem lhe fizesse os cestos, para não os deixar secar outra vez.
INQ2 Rhum-rhum.
INF Mas tinham que os deixar enxugar, porque eles alagados conforme vinham de lá, escorregavam muito.
INQ2 Não dá.
INF Não Não conseguiam fazer os cestos.
INQ1 Pois.