INQ1 Olhe, a eira era feita de, de quê?
INF1 Antigamente já e agora ainda há pouco tempo, era terra, terra calcada! Mas [vocalização] agora ele é tudo cimento. E [vocalização] E antes do cimento era com as [vocalização]… Chamava-se lages, umas pedras que haviam ali na naquela rocha do rego.
INQ1 Rhum-rhum.
INF1 Acartavam isso para cá que era… A minha também era dessas, aqui ao pé da casa do Flausino.
INQ1 Pois é.
INF1 Era de- dessas pedras. Mas a maior parte delas eram de terra. Era terra só só calcada.
INQ1 Como é que ela se acal-… Como é que ela ficava assim dura?
INF1 Pois ele era com o gado. Era andar com o gado até até ela endurecer.
INQ1 Antes de debulhar.
INF1 Sim. [vocalização] Era certa certa camada de terra, u- uma terra pesada outra te-, terra [vocalização] … Não sei agora o nome da que eu que lhe hei-de dar. Mas era de [pausa] te– de barro mau, barro barro pesado.
INF2 Barro.
INQ1 Rhum-rhum.
INF1 Aquilo o gado acalcava aquilo, ela ficava pegada que nunca mais nunca mais [vocalização] amolecia.
INQ1 Ficava rija.
INQ2 Mas todas as vezes tinha que se preparar?
INF1 Não senhora. Ficava para sempre.
INQ2 Para sempre?
INF1 Sim senhora. [pausa] Não digo que ela que não aqui ou ali não não desmoronasse lá uma coisinha mas pouca coisa.