INF1 Até aconteceu melhor.
INF2 É verdade. Agora ri-me porque [pausa] ri-me porque, porque porque nos aconteceu…
INF1 Assim para, para gravar Para gravar até dá melhor, assim. Eu tenho o um meu neto, um futuro advogado, que, [pausa] está na universidade. E resulta que duma vez… Ele era era como como as crianças vivas…
INF2 Deu-me o riso porque nos fez isso, o neto o ne-.
INF1 Aquele que, aque–, aquele que não for Aquele que não for assim um bocado tal [vocalização], na- não é?
INF2 São marotos.
INF1 [vocalização] Aquele que não for, pois, claro que não é muito esperto, não é?
INQ2 Sim.
INF1 E é em todo o lado. Tanto faz aqui como na na… Sim, na aqui na serra quem… Aqui, por ser na serra, estudam muito bem, hem!
INQ1 Hum, hum.
INQ2 Sim, sim.
INF1 Aqui há de tudo, nesta freguesia.
INQ1 Pois.
INQ2 Pois, pois. Eu sei.
INF2 Ai, há, há.
INF1 Não sei se já tiveram conhecimento disso.
INQ1 Sim.
INQ2. Diz que há cinquenta pessoas formadas.
INF1 Aqui, há mui– há de tudo.
INF2 [vocalização] Haverá, haverá.
INF1 A senhora se perguntar o que há aqui, há de tudo.
INQ2 Ah, pois.
INF2 Pessoas muito espertas.
INQ2 Sim, sim.
INF1 E [vocalização] é raro, m- E, então, o meu [vocalização] neto, claro, era daquela marca que é que são as crianças que são espertas e [vocalização] são daquela marca. Só Só está bem ao fazer mal, não é? É em todo o lado. E aquele que não fizer [vocalização] – principalmente os [vocalização] os rapazes, não é? – aquele, o rapaz que não fizer assim umas certas coisas, é meio palerminha. Sim, isso é aqui e é além no Porto, é em Lisboa, e é em qualquer lado. [vocalização] Aquele que for muito morto não dá nada. E de maneira que ele [vocalização] era esperto. Mas, um dia, [pausa] que é que me aconteceu? Eu tinha uns sapatos [pausa] no quarto.
INF2 Mudaste de sapatos. Mudaste de sapatos.
INF1 Por baixo Tinha uns sapatos por baixo da cama. E resulta que [pausa] faltou-me [pausa] um sapato. [pausa] Faltou-me um sapato. À procura do sapato, para um lado e para o outro, [pausa] e [pausa] não aparecia o sapato. Não aparecia o sapato, [pausa] eu digo assim: "Mas que é que me aconteceu que não aparece o sapato"? Um sapato [pausa] mais ou menos a meio romper. Estavam bons ainda. Serviam para ir para qualquer lado, [pausa] para a cidade ou para a vila ou para onde fosse. Fui aqui por cima…
INF2 Mas olha estás-lhe a chamar sapato e era uma bota.
INF1 Era um sapato. Era um sapato baixo.
INF2 Era baixo ou bota?
INF1 Baixo. Um sapato baixo. O O baixo é sapato.
INF2 Eu Mas tinha na ideia que era bota.
INF1 O baixo é sapato. E de maneira que vou à pa- vou [pausa] procurar o sapato… E sabe o que acontecera com o sapato? Agarrou Agarrou-o, atirou atirou-o, tirou assim um cabedal, vinha mais a direito ca que que a isto. Assim [pausa] e assim, cortou cortou-o [pausa] para fazer a fisga.
INF2 Para fazer a fisga.
INQ1 Ficou sem sapato.
INF1 Eu digo-lhe, eu di- Digo-lhe eu assim: "Olha lá… E tu sabes-me dizer, um sapato que está lá por cima, [vocalização] aquilo que seria? Os ratos ou o que é que foi"?
INF2 E Ele depois foi guardar lá por cima no [pausa] nos ferrinhos.
INF1 "O que é que O que é que foi"?
INF1 "Avô [pausa] não bate"? "Não. Não te bato. Mas diz-me lá como foi. Seriam os ratos? Tu viste se foram os ratos"? "Não. Fui eu". "Então, como é que foi"? " [vocalização] Pois, todos têm uma fisga" – que é o caso que a senhora perguntou –; "todos têm uma fisga e eu não tenho. E eu não tinha o cabedal [pausa] " – não tinha aquele couro para, para, para para a fisga – "e arranjei". " [vocalização] Como é que fizeste"? Porque depois faz- aquilo é feito com uns elásticos, com umas borrachas, [pausa] que é para a borracha estica [pausa] e aquilo [pausa] vai lá [pausa] a fisga.
INF2 Mas tem lá a fisga. Depois fica aquele bocadinho de [vocalização], de de cabedal ou, ou, ou [pausa] no fundo, que é para pôr ali a pedrinha.
INF1 Agarra-lhe no cabedal.
INF2 E depois, cá para cima é que não é pedra. Ah, eu fazia fazia bá-bá. Muitas!
INF1 Agarra-lhe no cabedal. Agarra [vocalização]