INQ1 Então e… E aquilo por cima como é que ficava? Ficava ao… ao ar livre?
INF1 Ao ar livre. Era assim uma coisa redonda.
INF2 Ar livre. E não… e depois não, não, depois Depois, quando era para o apagar, aterrava-se. Chamava-se aterrar. Deitava-se-lhe um bocado de terra.
INF1 Para que não ardesse assim… Para que não ficasse assim…
INF2 Para que não ardesse mais. Para que não estragasse. E depois, aquilo [pausa] parava o [vocalização] lume [pausa] e é que ficava o carvão bom.
INF1 Começava-se a apartar assim aquela…
INF2 Mas, claro [vocalização], di- queria uma certa prática.
INF1 Tu [vocalização], no teu tempo não, filha; mas no nosso, qualquer fazia o saco de carvão ca não, ca não, ca ma- para matarmos a fome. Claro, tu tens razão de que tu no teu tempo, já só iam [pausa] certa gente que que não sabia fazer outra coisa. Mas, no nosso tempo, eu enchi-me de fazer sacos de carvão.
INF3 Era um desprezo ir para o carvão.
INF1 Era um desp-… No vosso tempo, claro, já se desprezava. Como agora, nenhuma pessoa se …
INQ2 Mas, antigamente, cada, em cada localidade, cada pessoa sabia fazer tudo, não era?
INF1 Pois sabia, ca que que a obrigava a miséria.
INQ2 Desde o carvão até aos lençóis e até…
INF1 [vocalização] Sim senhor, sim senhor. Obrigava a miséria. No teu tempo, tu tens razão, que não; mas no nosso, [pausa] fazíamos tudo.