INF E a quinta aqui, para ganhar [pausa] um alqueire de [pausa]
INQ Abra, abra o seu chapéu…
INF de grão, que tempo eu não a- não venho?! Que Que dias não é preciso aqui vir [pausa] para ganhar para tirar um litro em cada taleigo?!
INQ Um taleigo era, era quanto?
INF Um alqueire ou dois. [vocalização] Agora já nem aí dão só um alqueire ou dois, mas dão já mais. Mas [vocalização] isto não dá para nada!
INQ Pois.
INF Depois a gente fica aí com o grão… Andamos aqui a trabalhar para quê?
INQ E aquela quantidade que a senhora tira para si, como paga, do grão, como é que se chamava? Aquilo que a senhora fica para…
INF Era a maquia.
INQ Era a maquia.
INF Era a maquia. Mas eu agora só tenho as galinhas e depois já não trato tanto o milho para lhe dar… [vocalização] Ao menos ainda vou ganhando para o para os vivos.
INQ Pois.
INF Para as galinhas.
INQ Olhe, po-, po-, ponha, ponha-se aqui debaixo, senão…
INF O mais já não já não dá para nada. Já lhe digo: já não dá para nada. Isto não dá para nada. E- [vocalização] A gente, se ganhar meia dúzia de alqueires, fico com eles aí ao fim do ano. Ao fim do ano está tudo cheio de bicho.
INQ Pois é.
INF Ninguém o quer. Então para que é que a gente há-de andar nisto?
INQ Pois é.
INF [vocalização] Agora vêm estes padeiros por aí, [pausa] já não querem do pão dos moinhos, que é negro.
INQ Rhum-rhum.
INF A gente andar aí a ganhá-lo todo o Inverno para depois ficar aí [vocalização] com no Verão todo cheio de bicho… Ninguém o quer… Pronto! [vocalização] Eu, um dia, ainda disse aló alá a uns padeiros em primeiro ainda o trocavam, agora dizem que o nosso grão daqui que é miúdo, que só para ração, que não presta.
INQ Rhã-rhã.
INF Então, eu agora fiquei ainda com algum; está todo cheio de bicho!…