INQ Portanto, agora voltando aqui ao fuso…
INF Esse aí é o fuso. Aqui é a parte, é a parte da mainça.
INQ Da?…
INF Mainça, lhe chamava a gente.
INQ Que era aquela rosquinha?
INF Que era aquela rosquinha onde a gente [vocalização]
INQ Pegava?
INF pegava na mão, e para baixo é a parte do fuso.
INQ E depois à medida que ia fiando, aquilo ia formando o quê, à volta do fuso?
INF Uma maçaroca.
INQ E depois que é que se fazia?… Então, quando estava a fazer isso, que é que dizia que estava a fazer?
INF "Estou"…
INQ Com a roca e com o fuso?
INF "Estou a fiar, fazer umas a ver se faço muitas maçarocas".
INQ Sim senhor.
INF A gente, às vezes, [vocalização] à noite até, se, se dantes fazia-se muito serão! E [vocalização] contava-se as maçarocas. [vocalização] A minha mãe fiava e eu fiava e ela às vezes dizia – pois ela já tinha mais… Enquanto eu era nova, ela tinha mais prática e às vezes ela dizia: "Ai, olha, eu fiei mais uma maçaroca do que tu"! [vocalização]
INQ Mas um serão dava para fazer quantas maçarocas, mais ou menos?
INF Bom, consoante a gente, às vezes, também ceasse – que a gente ceava tarde. E depois, consoante pegasse a, a a fiar. [vocalização] Uma maçaroca levava sempre uma hora ou uma hora e pico. [pausa] Uma hora e qualquer coisa.
INQ Rhum. E dava-se algum nome às mulheres que então que fiavam? Nem, nem sequer aqui…
INF Não, não tinha, não. Não se dá nenhum.
INQ Não tinha. Depois então com a maçaroca, que é que se fazia? Depois de a maçaroca estar feita…
INF Depois com a maçaroca depois [vocalização] fazia-se as meadas.