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GIA03

Gião, excerto 3

LocalidadeGião (Vila do Conde, Porto)
AssuntoA vinha e o vinho
Informante(s) Cunegundes Custódia

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INF1 Não temos lagar.

INQ Não têm? Fazem ali na dorna?

INF1 Nós fazemos assim, não temos lagar, porque [pausa] não é grande porção [pausa] e sempre fizemos em dornas aqui em casa.

INQ Sim. Hum

INF1 Umas grandes, outras pequenas

INQ Então e como é que se faz?

INF1 Depois do, do vinho bem

INQ Depois de estarem, portanto, depois de as uvas estarem dentro, como é que se faz o vinho?

INF1 Sim. Ele é esmagado para ir para tem de ser esmagado.

INQ Com o quê?

INF2 Com o motor.

INF1 Que nós, nós Nós esmagamos com uma esma-, uma Chama-se o esmagador do vinho. O esmagador. Agora temos motor mas Senão era à mão, não é? Esmagava-se.

INQ Mas antigamente era à mão?

INF1 Era à mão.

INQ Mas em casa, porque a vinha era pouca.

INF1 em casa.

INQ Mas

INF1 Tínhamos à mão também. Tínhamos Esmagávamos à mão no esmagador.

INQ Como nos Açores.

INF1 O esmagador! Era assim um Andava com a roda em volta.

INQ não tem?

INF1 ? Temos na mesma, mas agora tem motor.

INQ Ah!

INF1 É.

INQ Mas depois havia de ver também, que eu nunca vi.

INF1 Tem motor, o esmagador.

INQ Então e, e nessas

INF1 E depois de estar esmagado, fica ali na dorna e a gente mexe-o, tem uns paus grandes de o mexer [pausa] de os mexer, e ele vai fervendo e a gente vai mexendo.

INF2 De os mexer.

INF1 Vai-se-lhe mexendo.

INQ E depois?

INF1 Depois quando está parado, aquilo que a gente que não ferve mais, está a parar, [pausa] tira-se da dorna para a pipa. Vinhinho limpo.


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