INQ Olhe, ó senhora Ercília…
INF1 Diga minha senhora.
INQ Diga-me lá o que é que?… O que é que se costuma aqui?… O que é que as pessoas comem?
INF Ó minha senhora, o que calha, olhe, o que a gente pode. A gente come a batatinha, come comemos feijão, come a hortaliça, co- faz um bocado de arroz com tomate ou sem tomate, umas vezes com carne, outras vezes sem carne, a ma- a massa. [vocalização] Isto tudo que houver assim de cereais, a gente come. Um coelhinho.
INF2 Um coelhinho, uma galinhinha.
INF1 Um franguinho. Não, galinhas é muito raro. Agora nem cá há galinhas. Aqui há tempos morreu tudo para aí, a gente…
INF3 Antes ninguém comia frango.
INF1 [vocalização] Em tempo, ninguém comia nada disso. Agora comem. Agora come-se cá bem, minha senhora. Agora em todo o lado já não há fome, minha senhora. Não há fome! Qualquer um pobre vai buscar um frango e come. Eu é que não sou amiga de frango. Não sou amiga de frango. Dondes que tive a pneumonia aborreci frango. Aborreci [vocalização] que que nem sei. E [vocalização] E um bocadinho… O O bacalhauzinho é pouco.
INF2 Então, deixa-te estar por aí, sim? Eu vou-me embora.
INF1 Então vai lá, vai. O bacalhauzinho há pouco.