INQ Então como é que se faz?
INF1 É queimado com palha.
INF2 Olhe, a [vocalização], a [vocalização] vem o matador, mete-lhe uma corda na na focinha e amarra-o. E depois os homens ajudam-no…
INF1 Já têm um banco.
INF2 Têm um banco grande e os homens ajudam-no a pôr em cima do banco. E depois o matador rapa com a faca e água quente donde há-de meter a faca – tudo com muita limpezinha! –, depois mete-lhe a faca – mesmo com a mesma faca.
INF1 Sangra.
INF2 A gente apanha o sangue num alguidar. Se quer coalhar, para cozer, apanha para um alguidarzinho. Põe-se-lhe um bocadinho de sal e apanha para aquele alguidarzinho. E o que é para se mexer, para se fazer o outro o fumeiro, mexe-se todo até que fica mesmo [pausa] desfeito, todo desfeitinho.
INF1 Porque aquele não não coalha.
INF2 Que é para não coalhar. Que a, a É isso. É a primeira assadura que dá o porco é é o sangue.
INQ E depois o que é que se faz?
INF2 E depois, [vocalização] pa- com palha, queimam todo muito queimadinho, muito queimado. Com umas navalhas, rapam-no todo muito rapado – e com umas pedras, esfregam tudo. Fica alvinho de neve. Fica sem um pelinho. Quando são bem arranjadinhos, aquilo é uma beleza!
INQ E é com pedras que se esfrega?
INF2 É com umas pedras.
INF1 Com umas pedrinhas.
INF2 Esfregam aquele coiro bem esfregado. E com as navalhas rapam os pelos todos. Cortam os cabelos todos. Depois vai é pendurado [vocalização] – chamamos nós um chambaril, um pau –, é pendurado naquele pau até ao outro dia.
INQ É assim?
INF1 É isso mesmo.
INF2 É isso mesmo, minha senhora.
INF1 É isso que aí está o chambaril. Tal e qual.
INF2 E E então é depois é que é desfeito depois de estar escorrido, de estar já enxutinha a carne – é desfeito.
INQ Olhe, e…
INF1 Depois vai para a salgadeira.