INF1 A malta aqui pegou-se a isto, isto tornou-se numa moda. Pois.
INQ1 Pois, agora… E foi o senhor que lançou a moda?
INF1 Pois. [pausa] Tornou-se… Isto torna-se numa moda, barris de cortiça para o trabalho.
INQ1 Pois.
INQ2 Pois é.
INF1 Então a malta não quer outra coisa.
INQ1 Pois. É porque também deve ser leves para levar, não é?
INF1 Pois é.
INQ1 Pois.
INF1 Nem é tanto ser leve. É a boa água que faz.
INQ1 Pois.
INQ2 Pois.
INQ1 Fica fresca.
INF2 Há sempre água fresca.
INF1 Água fresca sempre.
INQ1 Pois.
INF Pois. E mesmo
INQ1 E deve saber bem!
INF1 Ali tenho eu um que já me fez a água bem ruim.
INQ1 Ah sim?
INF1 Fez-me a água bem ruim. Mas ensinaram-me uma mezinha que eu não sabia.
INQ1 Ah!
INF1 Porque um não sabe tudo, muitos é que sabem tudo!
INQ1 Exacto.
INF1 Pois. E é E é verdade. Pois. O barril fazia-me a água ruim que [vocalização] eu parece-me que era só era só ter um quarto de hora de ter água, cheio de água, a água já não se podia beber. E veio aqui um gajo com uns barris para eu arranjar e outros para eu amanhar, [pausa] pois, [vocalização] e esse é que me disse o que é que o que é que era bom para aquilo. E eu pensei: "Será caso?; deixa que hei-de experimentar". Um dia pego ali no barrilinho, como faço aquilo, olhe, não lhe conto nada!
INQ2 Mas afinal o que era? Era a coisa, a cortiça que era má? Que tinha mau sabor?
INF1 Pois, é a cortiça que tem mau sabor.
INQ1 Pois.
INF1 Mete-se-lhe água dentro, toma aquele sabor logo mau, aquele sabor, aquele gosto esquisito, não é? É como a podrum.
INQ2 Pois, pois.
INF1 Pois. Toma aquele aquele gosto. E E os barris, o mesmo produto que dou a uns, dou a todos,
INQ2 Claro.
INF1 e uns fazerem boa água e outros não fazem!
INF2 Pois.
INQ2 Ah, pois, pois. Não há-de ser do seu…
INQ1 Pois, claro.
INF1 Pois. Aquilo Aquilo deve de ser de da cortiça.
INQ2 Da cortiça, pois.
INQ1 Pois é.
INF1 Conforme a qualidade da cortiça. Há cortiça mais fina, há cortiça mais grosseira.
INQ1 Pois.
INF1 Pois. E aquilo… E, e E deve ser disso. E este aqui, se calhar, foi disso.
INQ1 Pois foi.
INF1 Pois. Começou-me a fazer… Se for logo no princípio, faz a água boa; daí começou-me a fazer uma água esquisita. Até que eu pensei: "Deixa, que eu já te digo"! Disseram-me aquilo, oh! É sal virgem… Tosse É sal virgem. Fulano arranja uma manchinha de sal virgem, mete ali dentro da bilha, [pausa] pranta-lhe uma pinguinha de água, poucochinha, vai bandeando nele, muito bem bandeadinho, muito bem bandeadinho, para um lado e para outro, vai-lhe e põe-lhe mais uma pinguinha de água, vai bandeando, bandeando muito bem o barrilinho por dentro, com aquele sal, aquilo até se vão lascando lá dentro.
INQ1 Pois.
INQ2 Pois.
INF1 Vai bandeando, vai bandeando, torna a bandear e mete-lhe mais outra pinguinha de água, quando estando grosso, bandeia um belo pouco [pausa] e deita a água fora.
INQ1 Pois.
INF1 Mete-lhe mais água nova, pois, água limpa, lava tudo bem lavadinho, enche-o de água. Deixe-o estar ali um dia ou dois, [pausa] que ele gosta…
INQ1 Fica bom?
INF1 Que ele gosta.
INQ2 Ai, que engraçado!
INF1 Olha que até parece mentira!
INQ2 Pois é!
INQ1 Pois, deve ser o sal, acaba por tirar alguma porcaria, alguma coisa, que te-, que esteja, não é?
INQ2 Pois.
INF1 Aquilo o sal derrete [pausa] e passa pela cortiça toda.
INF2 Pois, e é…
INF1 E passa para dar um produto qualquer de bom sabor.
INQ1 Pois. Pois, deve ser.
INF1 Que é isto, que é isto Que é isto que me eu que eu quero crer que seja, talvez.
INQ1 Pois.