INQ Os rojões é… A rojoada é só com carne ou leva também o sangue e as tripas?
INF1 Não, a rojoada, isso é… Temos que ir a edo. Mas q- quando é a matança… Mata-se o porco – não é? –, e depois dele [vocalização] abre-se, tira-se-lhe a tripa toda fora, e tudo o mais – não é? –, tudo limpo por dentro. Depois vai-se àqueles entretinhos que tem e àquelas faldas, tira-se-lhe daquela carne, já para se comer rojões – que isso agora é [vocalização] é à parte para a rojoada da matança. E depois, dali a um dia ou dois, se um vai quando se vai desfazer o porco… Depois desfaz-se o porco – a gente põe-o todo em peças e todo em miúdo, não é? –, então depois é que se faz a rojoada que é o que leva o sangue, que é o tais serrabulho. É o serrabulho à moda antiga. E depois há quem faça… Nós agora já não se u-… Aqui até já não se usa [pausa] fazer a tais papa…
INF2 Aqui não se usa! Ele não se usa quem não o faz!
INF1 Quem não quer! Fazer com com os ossos do porco e com carne mais mais ou menos – não é? –, fazer aquela, a, o, [vocalização] a t-, a tais a tais papas de rolão – a tais papas de rolão. Eu gosto muito; a minha mulher agora não quer; agora já já a gente não é moderna.
INF3 Já não há o milho traçado no moinho de água…
INF1 É. Era o moinho esmagado todo ali então no moinho de água – não é? –, faz aquele milho t- trilhado.
INF3 É quase como arroz.
INF1 É quase como arroz. Depois é: é muito bem peneirado, muito, muito bem peneirado. Depois é é limpo com água, que é para ficar só o [vocalização] que é verdadeiro milho – não é? – para não ficar com aquela parte de de farelo.
INQ Com a casca.
INF1 Com a casca do milho. É, é. E é assim.