INQ Então, quando o freguês estava, fazia isso com a farinha, que é que ficava na peneira?
INF1 Farelo.
INF2 Farelo.
INQ E a que caía, a que era a medida certa?
INF1 É a farinha.
INQ A farinha?
INF1 Isso, peneirada.
INQ Pois. Mas depois como é que se achava a sêmea, no centeio?…
INF1 A sê- A sêmea chamava-se era sêmeas.
INQ Mas era aquilo que corresponde ao farelo, a sêmea?
INF1 Não, é o que se amassava, [pausa] para fazer pão. Bom, era como o trigo. [vocalização] Em lugar de ser de farinha de trigo de trigo – de farinha triga – [pausa] era de sêmea de centeio. Ainda hoje há.
INQ Portanto, uma era farinha triga?
INF1 Sim, farinha triga ele é para era para misturar no pa- no milho para fazer o pão mais abertinho. E a farinha mistura era de centeio e é para pôr o pão macio e [vocalização] e levezinho – e leve!
INQ Portanto, chamava mistura àquela que acrescentava no centeio?
INF1 Mistura era de centeio, [pausa] e farinha triga era de trigo.
INQ Sim senhor.
INF1 [vocalização] Porque o pão sem mistura não fi- não liga.
INQ Não?
INF1 Era, nunca… Escadraça todo. Tem que levar…
INQ No milho, no milho também se punha?
INF1 Tem que se pôr; se não pôr, não, não, não, o pa- a farinha não dá.
INF2 Não cozia . Nada! Porque não tem ligação. Nunca na vida pode… Se ficar Se cozer o pão sem mistura, ele é áspero, não, não não tem liga.