INQ1 Então, o pastor dizia que andava a guardar o quê? O?…
INF A guardar as ovelhas, se era pastor de ovelhas; e se era de cabras, dizia que andava a guardar as cabras.
INQ1 Rhum-rhum. E ia e vinha todos os dias?
INF Sim, sim, sim.
INQ1 Portanto…
INF Ia de manhã e vinha à noite. Quando é na época do Verão, vinha-se à ao meio-dia [vocalização] com o gado ao curral, porque fazia muito calor. E o gado nem nem pastava porque o porque o calor era muito, e o e o pastor também não se aguentava muito bem por lá com, com com o calor. E depois vinha e abriam o gado assim já mais rente à noite, mais pela fresca, e iam levar as ovelhas até aos bebedoiros, que eram eram – chamava-lhe a gente os barreiros – aí pelo pelo campo fora, que isso já não já não, não existe agora. Naquele tempo, vedavam a água até ao fim do Verão, e agora, conforme a água chega, aquilo rompe-se caminho. Porque dizem eles, e eu acredito, que era: havia tanto gado, pisavam tanto aquilo,
INQ2 Ah!
INF iam pisando, aquilo aquilo faz de conta que e- que era um acimentado que faziam co- com as patas dos animais.
INQ2 Que giro!
INF Isso deixou de existir e agora as lagoas, os barreiros, enchem-se de água, daí por quinze dias ou três semanas se não chover já não têm nada. [pausa] É isto assim.
INQ2 Engraçado!
INF E levavam-se os bois mesmo também a beber ao [vocalização] aos barreiros. Não Não havia poços assim…
INQ2 Pois.
INF A maior parte das pessoas não tinham poços que dessem para abastecer esses [vocalização] o gasto da casa. Pois levavam os seus bois
INQ2 Pois.
INF para uns barreiros assim além, longe. Era só Era só bois a passar por esses caminhos além, que iam que iam beber aos bebedoiros.