INQ1 Quando o vitelo acaba de nascer, a vaca o que é que costuma fazer com a língua?
INF É lambê-lo. Fa- [vocalização] É zelá-lo com a com a língua. Era sempre a lamber nele. E não eram E não se podia lá chegar muito perto de alguns, que nós tivemos aí, que eles com aquela soberba… Eu cheguei a apanhar alguns algumas coisas perigosas com isso. Não conhecia. Se tinha a vaca por muito mansa até àquela altura, facilitava nela, chegava lá, ele uma vez aconteceu que [pausa] se não me acodem, ela bem [vocalização] bem dava conta de mim, não é?
INQ2 Mas é… Dava conta… Mas à cornada ou?…
INF Pois, à cornada, com aquele, com aquele sôfrega, não é? Com aquele
INQ2 Com a aflição que tinha.
INF Com aquela soberba de ter a cria ao pé, isso abria a boca e berrava, e corria a gente co- com a cornada, como o toiro, aí esse, por exemplo, que anda aí na nas praças de tourear.
INQ2 Claro, claro.
INQ1 Elas ficam, ficam mansas…
INF E depois passado dois ou três dias, já não é nada com elas, já não é nada disso. Já vol- A vaca volta ao seu outra vez ao [pausa] ao normal, não é?
INQ1 Ao normal.
INQ2 Ao normal.
INF Já se prendia e soltava-se. Mas às vezes para um homem a prender!… Porque a gente depois de ela estar umas horas com o vitelo, tornava-se a prender, não é?
INQ2 Pois. Pois, pois.
INF E para a levar à prisão é que era o problema.
INQ2 Claro.
INF E isso calhava-me tudo a mim, porque os meus irmãos nunca ligaram a isso.