INQ Então e diga lá uma coisa, como é que chamavam àquele primeiro azeite que tiravam?
INF1 O [vocalização] O primeiro?
INQ Sim.
INF1 Bom, era não tinha quase nome. Era É fino, era azeite fino. Dizíamos a gente que era fino, por exemplo,
INQ Rhum-rhum.
INF1 com um grau, ou com nove décimos, ou com qualquer coisa assim. Bom, ele até se tirou ele até se tem tirado aqui na nossa coisa… Agora, a engenharia agora está mais bem colocada, não é? Tem de se tirar aí com com quatro e cinco décimos só. Nem tem chegado ao ao grau! Tanto fi- é É fino demais!
INQ Pois.
INF1 Até é fino demais! Nem se acha Nem se acha no comer.
INQ Há certos sítios em que diziam que esse azeite que era bom, às vezes, para curar coisas de pele…
INF1 É, é, é. Bom, isso é outro azeite. Isso é é o azeite quando está a correr para a tarefa e que não que não é caldado. Quer dizer, não é caldado não le-…
INQ Ah!
INF1 Porque o azeite no fim de aquilo estar espremido…
INF2
INQ Ah, pois!
INF1 No fim de aquilo estar espremido – é bom puxar certas conversas que é para me eu lembrar alembrar.
INQ Pois.
INF1 [vocalização] No fim de aquilo estar tudo espremido, o, o o mestre do lagar vai deitar uma porção de água quente lá para dentro. Sangra. Quer dizer, por baixo tem duas torneiras, a tarefa. Tem uma mais alta e outra mais baixa. E ele vai, e abre, por exemplo, a do fundo. Quando a de cima começa a aparar o azeite, fecha. Que é para sair a almofeira, que é aquela água suja que a a azeitona tem.
INQ Ah!
INF1 É a almofeira. Chama a gente a almofeira. Saiu aquilo tudo. Chegou à altura daquela de cima, que lá está o azeite, para para o azeite não sair para a rua. Porque depois há um há um cano que leva aquilo direito a um lado onde há umas, uns, uns uns três ou quatro depósitos, passa duns para os outros: este passa para este, este passa para aquele e aquele passa para aquele.
INQ Rhum-rhum.
INF1 Tudo. Entra por baixo e sai por cima para en- para passar. Que chama-lhe a gente os ladrões. E [vocalização] não é poucos, que eles às vezes roubam bastante. Estão Estão a medir o azeite para o para os proprietários e estão assim com o pé por baixo a abrir a torneira um bocadinho, para correr azeite para lá, para depo- depois tirarem para os patrões. Também se faz! Também se faz! Nesse tempo também se fazia muita muitas coisas assim. E o dono estava ao pé e não via. E o pé por baixo é que estava a trabalhar. Risos Depois no fim de de estar aquilo sangrado, [pausa] é caldado. Com a tal água fria. E é aí é que se tira o azeite antes de ser caldado.
INQ Rhum.
INF1 Para curar certas e me- mezinhas e certas coisas. É antes de ser caldado!