INF1 Há muita maneira de fazer pão mas eu fazia assim, a minha mãezinha ensinou-me assim: eu chegava lá a farinha e depois e deitava deitava-lhe sal logo para derreter. Depois de a farinha estar assim bem… Não é em em papa, era só assim um um escaldão, ficava aquela farinha [vocalização] embolada, mais ou menos. Depois deitava fermento, a peneirava uma pouca de farinha de centeio – que lhe chamávamos a gente a mistura [pausa] de centeio –, peneirava a farinha de centeio e depois então com água morna é que lhe amassava então aquela farinha toda, muito bem amassadinha.
INF2 Fermento.
INF1 Já disse o fermento.
INF2 Já disseste.
INQ1 O fermento.
INF1 Amassava então aquela aquela farinha toda muito bem amassadinha. Ficava então nem mole, nem dura. [vocalização] Ficava assim naquela temperatura de eu poder depois lidar com o pão para tender. Aquecia o forno… Ah, e depois de a fa-, de de isto estar tudo bem amassadinho, [pausa] tínhamos uma masseira – que era uma masseira que era de de madeira; chamávamos chamávamos-lhe mesmo uma masseira. E [vocalização] Era assim à maneira dum alguidar, o que era era em mas-, era em ma- em madeira.
INF2 Um quadrado, em quadrado.
INF1 E [vocalização] depois tapávamos m- com roupa, conforme a gente [vocalização] entendesse.
INF2 Conforme o que aqui estava.
INF1 Eu, o meu pão… Há mulheres que lhe custa muito a levedar o pão, mas o meu levedava muito depressa. E [vocalização]
INF2 Dizem que é das mãos das pessoas.
INQ1 Pois.
INQ2 E até pode ser.
INF1 E E então nã-, nã- não era preciso pôr tanta roupa em cima como certas outras pessoas. Depois eu ia acender o forno. Aquecia o forno, depois estendia o pão – ainda aí tenho a tigela de tender –, tendia o pão, tinha uma pá para pôr o pão em cima e deitar para o forno. Pronto, o pão cozia…
INQ1 E não cost-, não costumava fazer uma cruzinha na massa, e dizer alguma coisa?
INF1 Sim senhora.
INQ1 O que é que fazia, diga lá?
INF1 "Deus te acrescente, que é para muita gente. Deus te acrescente, que é para muita gente".