INQ1 Não há nada mais grosso que a estopa?
INF Há o tasco. Depois, sabe o que nós fazíamos às vezes? Daquele Claro, sempre cai uma febra do linho ao estar a espadar, e se enche a fiteira… Olhe, a minha mãe fazia [vocalização] fazia colchões até da, daq- dos tascos. Claro, urdia com o linho mas, o tasco, aproveitava-o… E às vezes fazia os fiadeiros, até se juntava a mocidade a fazer fiadeiros… Mas a minha mãe primeiro fazia assim. Primeiro, enchia-se a fiteira mesmo quase acolá ao cimo e dava-lhe uma sacudidela, aos tascos, e ficava ali – porque ainda ficava parte do linho, porque parte do linho vai neles, não é?, que sempre parte! –, botava-os para ali, tornava-os a espadar… Olhe, ficava uma coisa deliciosa, muito boa, rijo, rijo que eu sei lá! Porque claro, quando cai o tasco, o tasco é uma uma arestinha… Olhe, ainda este que jogamos agora aqui…
INQ1 É aquela parte do linho que fica junto à raiz, o tasco?
INF [vocalização] É à raiz e a tudo. [pausa] E a tudo lá para cima.
INQ1 E a tudo.
INF Olhe que este linho está bem fininho.
INQ1 Pois está.
INQ2 Rhum-rhum.
INF Pois eu ao passar o dedo, fica-me ele eu o coiso cheio de te- de arestas. Chamamos-lhe arestas ao ao que cai, assim mais fino – arestas.
INQ1 Pois, principalmente é a parte do linho junto à raiz, exactamente.
INF E aquilo [vocalização] ele o linho está dentro da daquela caninha, da da cana do linho, não é? É espécie duma caninha, porque fica dentro.
INQ1 Pois, pois.
INF E depois, maça-se e depois esfrega-se e é que se espada.
INQ1 Sim senhor.
INF Depois a gente ele [vocalização] o linho fino é conforme o quiserem. Até podem assedá-lo três ou quatro vezes para ser… Quanto mais assedarem, mais fino quando se coze.