INF1 E depois esses cobertores – agora desculpe – esses cobertores depois de feitos, iam ali para cima. Iam ali para cima, chamava-lhe a gente o pisão. Ser pisados…
INF2 Ah, não eram os cobertores, desculpe.
INF1 E os cobertores também iam.
INF2 Ah, nunca para lá f- mandei nenhum.
INQ Então o que é que ia para o, para o pisão?
INF2 Era as mantas de lã.
INF1 Era as man-. Nós íamos também lá buscá-las .
INF2 As mantas de lã. De lã é que iam para o pisão. Iam assim até ralas, mal, mal tecidas, ralas, para ficarem bem no pisão.
INQ E como é que era esse pisão?
INF2 [vocalização] Isso é o que eu não posso dizer. Nunca vi.
INQ Como é que é, não é como… Ah não era aqui ao pé?
INF1 Não, aqui não era.
INF2 Era no Reboredo, chamavam-lhe o Reboredo.
INF1 O pi–, o pisão O pisão era, [pausa] num rio, movido a água, um malho [pausa] a malhar na água, [pausa] na– nas mantas.
INQ Pois.
INF2 Mas ficavam boas. Ficavam muito boas.
INF1 Ora a manta, depois de vir de lá do pisão, o Senhor se pegasse ali nu-, [pausa] nu-, nu- se pegasse ali nu- [pausa] em duas pontas, outro ali noutras duas, e deitasse água dentro da manta, a manta não vertia água.
INF2 Numa tábua. Eu aqui tenho então é para fazer o linho.