INF1 A senhora quer ele os cestos é à moda antiga, não é?
INQ Sim.
INF1 Moda antiga, com a ro- a rodilha no fundo, rodilha na beira, f-, feito d- o mesmo modelo da moda antiga, não é?
INQ Sim senhor.
INF1 O fundo, agora, é à moda de São Miguel, que é modas novas, estas coisas singelas, na-, na- não prestam nada.
INQ Não.
INF1 Pois. À moda antiga. Então eu vou fazer um cestinho de asa para a senhora, à moda antiga; vou fazer um cesto de acartar às costas pequenino – tudo em ponto pequeno –, à moda antiga; um cesto de senhora acartar à cabeça, à moda antiga; um cesto compridinho, à moda antiga.
INF2 Mas é se ela gostar.
INQ Esses, esses cestos todos?
INF1 Sim senhora. Ele vai-se ver essas coisas.
INF2 Mas ela ela não se vai embora a caminho, a senhora?
INF1 Mas ela vai na se- na terça-feira.
INQ Só vou na terça-feira.
INF1 Vou fazer tudo em ponto pequeno para a senhora poder levar em malas.
INQ Está bem. Sim senhor.
INF1 Não sei se lhe chama aqui cestos…
INF2 Vê se ela gosta de levar.
INF1 A gente chama cestos, [pausa] destes cestos miudinhos…
INQ Gosto, sim senhor, desde que seja em ponto pequenino, eu quero.
INF1 É cestos miúdos que a gente chamam, que é um cesto de apanhar morangos, assim coisa de criança miúda. Vê-se às vezes em montras, coisa, um cesto de ponto pequeno. Outro feitio para ele fazerem cestos grandes é conforme aqueles nossos que temos acolá. Que ele o cesto o cesto que eu vou fazer para a senhora, pequeno, [pausa] de homem, de homem é deste feitio.
INF2 É deste feitio mas é [pausa], mas é pequenino.
INF1 É em ponto pequenino. O que eu vou fazer para a senho- para senhora é deste feitio, em ponto pequeno. O que vou fazer de [vocalização] de asa é [pausa] redondinho e com uma asinha por cima. E o outro…
INQ E estes também se fazem cá, ou não?
INF1 Estes também se fazem cá. Esta aqui é de São Miguel, é singela. Estes
INF2
INQ Ah, estes!
INF1 Este está aqui sem nada. Até por Por acaso tem até a rodilha, este. Mas são quase todos sin-, sin- singelos. Este que está aqui é como se- a gente faz o açafate: é trincado, é de renda. É de renda. Ficam mais fracos.
INF2 Não, e também tem acolá… O casco, ele também tem.
INF1 Ele a gente chama rodilha… A gente chama rodilha que a rodilha… A gente, este vime este cesto de de acartar às costas que a gente usa aqui – que chamam acartar às costas de homens –, é feito com dezasseis costelas.
INQ O que é que são as costelas?
INF1 É estes vimes por aqui acima. Ele este são dezasseis costelas. Se é feito à comprida, tem que se fazer com vinte, [pausa] ou vinte duas, ou vinte quatro, tem que ser aos pares – ele à à comprida, que é esse cesto que a gente sabe –; e os redondos, de baixinhos, de asa ou, ou de ou de mulher, é tudo com dezasseis costelas. Por acaso que a gente se queira botar [pausa] também mais, vinte, fica o cesto mais valente, mas fica o vime muito basto, também de mais que a gente não pode tecer também os vimes.
INQ E fica pesado, não é?
INF Fica pesado. A rodilha O que a gente chama a rodilha é isto. [pausa] É esta parte do fundo, aqui o acabamento do fundo, isto é a rodilha. Isto é o vivo que a gente faz no cesto. Podem fazer este vivo aqui em baixo, podem fazer aqui também aqui a meio… Isto é a rodilha. Esta rodilha é [vocalização] tecida para a esquerda, [pausa] esta é para a direita… É ao contrário que é para [pausa] ficarem assim.
INQ Para onde faz força, a outra, aquilo…
INF Sim senhor. Sim senhor. Para não puxar. Cada u-, cada u- Cada uma puxa para seu lado. São cestas jeitosas que isto [pausa] eu não dou vencimento a fazer cestos desses aí.
INQ E este é utilizado para quê, para acartar?…
INF2 Para acartar vinho e uvas.
INF1 Este é só para acartar uvas, batatas, esterco, uvas, figos, coisas. Para acartar o uso de casa, [pausa] coisas para casa. [pausa] Isto é um é um cesto que, que é que é muito preciso aí. Os homens aqui acartam todos é às costas. Para a Madalena já é tudo à cabeça. É cestos de senhora, é tudo cestos de senhora [vocalização]…
INF2 A senhora nunca viu talvez [pausa] para acartar às costas.
INQ Vi.
INF1 Até estes cestos… Estes cestos de senhora que a gente estava dizendo, à moda da Madalena, levam duas asinhas aqui que é para ajudar.
INQ Para pegar?
INF1 Para a Para a cabeça. Mas aqui em cima não usa. A gente usa aqui em cima é [vocalização] singelos, assim, deste feitio, sem asa. Ficam mais bonitos.
INF2 Singelos.
INF1 Ficam mais bonitos.
INF2 Sem asas.
INF1 A gente também faz açafates aí, que eu até…
INF2 Olha aí …
INF1 Eu, este…
INF2 Aquele está quase…
INF1 Este, olha, foi o primeiro pa- para eu aprender – para eu aprender que nunca tinha visto fazer nenhum. Nunca vi fazerem um!
INQ Isto são os açafates do Espírito Santo, é?
INF2 É, sim senhora. [pausa] Aquele foi o que ele então já fez para a gente [vocalização] levar os bolinhos. A senhora Ruído de alguma coisa a cair Às vezes acontece.
INF1 Este foi o segundo que eu fiz. [pausa] Este fundo do açafate é feito com quatro vimes [pausa] para ficar bem tecido. Fica um fundo mais bem mais bem tecido. Isto é uma renda que a gente faz aqui. É uma coisa muito fácil.
INQ Com licença, deixe-me ver.
INF1 Isto é fácil de fazer isto. Agora a gente faz isto durante um pedaço.
INF2 Mas para lá também fazem assim [vocalização] açafates, por lá, também?…
INF1 Homem, [pausa] fazem ele é grandes, grandes, fazem grandes! Grandes. Açafates dos grandes. Aqui usam é assim, que aqui ele os, os que ele fazem os bolos são pequeninos.
INF2 As fogaças são pequeninas.
INF1 Os bolos são muito pequenos que a gente fazem aqui. Portanto, eu vou vou-lhe fazer um cesto para a senhora, para a senhora ver, e depois para si…
INF2 A senhora quer ver fazer, não é?
INQ Sim senhora.
INF1 Quer ver eu f– fazer o cesto.
INF2
INQ Mas veja lá se tem…
INF1 Eu vou-lhe escolher os vimes aqui… [pausa] Este cesto não presta para… É só para a senhora ver.
INF2 Quem sabe se fazes?! E se eu vou botar a mão a algum em cima destes?
INF1 Não se bota cá nada. Então eu faço isto com mais vagarinho.
INQ Mas isto são vimes diferentes?
INF1 Isto aqui é vimes descascados, que a gente faz [pausa] cestos com o vime branco. Até eu lhe posso fazer vimes daqueles com estes…
INF2 É com o que se faz aqueles açafates e assim.
INF1 Mas nós, a gente faz os cestos pintados. A gente, porque são dezasseis vimes, é oito daqueles e oito destes. Cada casa leva um seu vime. Depois a gente torce o vime, vem a ficar três vimes numa casa. Quer dizer que são dezasseis casas, tem dezasseis vimes. A gente muda o vime para pegar a fazer; e depois para consertar o vime, a gente trabalha sempre com o debaixo, sempre o detrás, para ele bater certo, para não ficar a cavalo um no outro, para não não ficar renda no no cesto. Conforme a gente trabalha, a gente puxa este vime; cada casa tem um vime, puxa este que está aqui, fica logo em cima do outro.
INQ Pois.
INF1 A gente torna a puxar este, fica aqui. Fi- Vem a ficar duas casas com dois vimes – cada casa com dois vimes. Porque nós, puxa este debaixo, depois vem buscar este detrás, debaixo, para passar por dentro do outro e depois pega a trabalhar com os vimes outra vez novamente. Vem a ficar em todos o acabamento do cesto com com [vocalização] dois vimes em cada casa. É fácil tecer. A senhora Eu vou-me descalçar e vou-me armar um cesto aqui. A senhora p-
INQ Olhe, e aquele, aquele vime mais clarinho, é para os, para os cestos mais fininhos?
INF2 Esses fininhos, é, é. É cestos fininhos.
INF1 Vai ser então… Para a senhora A senhora vai-se embora terça-feira, não é?
INQ É, sim.
INF1 E então isto vai-se botar de molho, que eu hoje então estou aí por casa, vou ver se hoje e amanhã se faço isso. Porque o Bal- E depois eu entrego ao Balbo, e o Balbo depois entrega à senhora, [pausa] para ser melhor, não é?