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PVC26

Porto de Vacas, excerto 26

LocalidadePorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Cátia Carminda

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INF1 Logo uma uma senhora que ia uma vez que eu ia e tinha o homem preso na na Covilhã e, coitada, com a precisão de o ganhar como ela como ela [vocalização] tinha, e e levava um carrego tão grande, e deixou-o cair. E levava o rio, na altura, levava muita água e foi-se-lhe tudo embora: os frangos e os ovos e tudo, foi-se-lhe tudo embora com tanta precisão de o ganhar, coitadinha!

INQ1 Coitadinha!

INF1 [vocalização] Aquilo era muita água. Havia muitas que não eram capazes de o pa- de o passar, e eu [vocalização] e eu botava o meu carrego no no cabo Às vezes, a minha mãe dizia assim: "Eu não sei como a minha filha é capaz de assim passar tanta coisa"! Eu i-, eu ali Eu ia ali parecia que era uma máquina por aquela tábua fora. Ia pousar o meu carrego e vinha buscar duma; depois ia-o levar, vinha buscar doutra; às vezes passava uns poucos de carregos primeiro que dali saísse para fora. E, e e-, e eu, então Olha que se fosse no dia de hoje, não era capaz de passar!

INQ1 Hoje tinha outra para lhe passar os carregos.

INF1 Tinha

INQ1 Havia outra que lhe passasse os carregos.

INF1 Ma-, ma- Aquilo eram poucas, às vezes, que eram capazes de os passar.

INQ1 Mas depois elas passavam bem?

INF1 Ainda Ainda elas o levavam; em estando em terra, o levavam.

INF2 Não havia tanto acidente como agora.

INQ2 E iam mesmo de Inverno assim, iam mesmo de Inverno, a chover e tudo e iam?

INQ1 Pois é.

INF1 Íamos ! De Inverno, era uma barca assim grande. Mas [vocalização] ele a gente, [vocalização] o mais do tempo, estava É como ali apanhava assim muito bando Passava muito água debaixo daquela daquelas pontes! Tinham Botavam aquelas pontes assim muito no seco, muito no seco. Eu passava passava tanto carrego! Às vezes, começavam [vocalização] por o caminho a arriba, diziam: "Esta menina hoje há-de-me passar o meu carrego". Outra vez, outra: "Ai, eu, também há-de ver se me passa o meu que eu não sou capaz".

INQ1 Pois é.

INF1 E eu tinha aquela calma, passava-lhos. Pois, a gente tudo é [vocalização] Ninguém se arrependa de fazer bem.

INQ1 Claro.

INF1 Tudo era esmola.

INF2 E mãe, [pausa] iam a à Pampilhosa.

INF1 Íamos a à Pampilhosa?! Íamos a e [vocalização]

INF2 À [NPR], não é?

INF1 E e, e fui fui umas poucas de vezes a Arganil, [pausa] a .

INQ1 Tchii!

INF1 E a E a Coja. Ia, com licença de vossemecês, comprar os porcos, para mor de os matar, quando vinham os manadeiros, [vocalização] quando não vinha os carros. Naquela altura, não havia estradas

INQ1 Quem são os manadeiros?

INF1 Era os homens que andam a vender os porcos.

INQ1 Ah! Chamavam-lhe manadeiros?

INF1 Pois, eram os [vocalização] os manadeiros.

INQ2 Mas era, aqui não era hábito de se faz-, de a pessoa criar o porco em casa?

INF1 Não.

INQ2 Não havia?

INF1 [vocalização] A gente comprava. Compra-os. Compra-os

INQ2 os pequeninos? Pequeninos ainda?

INF1 Pois, compra-os pequenos. É.

INQ2 Portanto, aqui não se tinha a porca para ter a criação?

INF1 Compra-os e ao cabo

INF2 houve mas pouco.

INF1 houve mas pouco. Aquilo [vocalização] ainda dão muita despesa para se criarem e tudo, e não querem andar com aquele trabalho.


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