INQ1 Então, portanto eles estão sentados na, à beira, à beira do rio, e estão com uma coisa, estão à pesca de?…
INF Estão à pesca de anzol. Chama-se aquilo uma cibela. E têm a [vocalização] a cana na mão.
INQ2 Olhe, e o anzol?…
INF E o anzol está na ponta da roca.
INQ2 Olhe…
INF Que Aqui é a roca, tem o anzol, depois tem o fio [pausa] e que vem à cana.
INQ2 Olhe, e no anzol o que é que se põe, para apanhar o peixe?
INF O [vocalização] O que se põe? Põe-se uma minhoca.
INQ1 Uma?…
INQ2 Como é que se chama isso?
INF Uma minhoca. É mesmo o nome: uma minhoca. Que são uns bichinhos [pausa] assim desta grossura [pausa]
INQ2 Pois, eu sei.
INF que se criam debaixo da terra.
INQ2 Mas também se pode pôr uma mosca ou outra coisa qualquer…
INF Pode-se pôr, perfeitamente, mas aquilo é o que está mais mais apropriado, que a bichareza aboquenta mais – ou então, [vocalização] o peixe pequeno.
INQ2 Pois. E como é que se chama isso? Se é peixe pequeno, sem dizer se é peixe pequeno, se é minhoca, se é uma mosca, se é…
INF O que se chama, então, isso [vocalização] o que se chama é o seguinte. A gente: "Tu, do que é que estás estás pescando, pá"? "Ando aqui à pesca". "E então o que é que pusestes [pausa] na cibela" – ouviu? "Bom, pus daqueles peixes pequenos". Pois. Ou pus ou Ou: "Pus uma minhoca". Que assim é a resposta.
INQ2 Pois.
INF Pois. Mas o peixe pequeno, geralmente quem põe isso – que lhe aquilo dá muito trabalho – é o o pescador, aquele que é pesc- pescador que pesca de rede, que tem umas redes apropriadas miudinhas, e apanham aquele peixe assim, mais ou menos, deste tamanho, [vocalização] e depois tiram uma quantidade deles que lhe faz falta para porem nos anzóis…
INQ2 Nos quê?
INF E ao Para porem nos anzóis. E depois o resto, deitam-nos para para a água. E cada vez que querem queiram queira, apanham uns quantos e ficam… Agora para quem vai [pausa] com um um dia, para passar o tempo, que é um seporte [pausa] passar por para um rio, chegou ali, levou o tal dito sacho, rhum?…
INQ2 Quê?
INF Um sacho. Levou um sachozinho na mão – cá está o tal dito sacho, a ferramenta que está aí –, levou um sachozinho, chegou ali a umas nas areias, rente rumo até junto além àquelas [pausa] à água, que é onde há muito disso, e cavou até que descobre uma minhoca ou duas e pôs ali a minhoca [vocalização] e pronto. Apanhou logo umas quantas. Leva uma latinha [pausa] ou qualquer uma vasilha, uma vasilhinha qualquer [pausa] – suferiores –, assim uma caixa [pausa] de papelão, qualquer coisa. Põe uma coisinha de areia e põe ali a minhoca. Para cada vez [pausa] que deita aquilo fora… Que muitas das vezes há aqueles peixes pequerrichitos – hem!? – e vão, comem a minhoca. E o grande – já vêem –, não encontrando nada, já não não come. Já não vai porque encontra o [vocalização] arame – aquilo é um arame – e então já não pica. E eles, volta e meia, têm que puxar aquilo para fora para ver [pausa] se verdadeiramente tem a minhoca ou não tem. Porque muitas vezes aqueles pequenos comem-os, e depois se é o caso que comem, têm que pôr [vocalização], ou tornar a pôr, outra. E se há um peixe grande que vai, que engole aquilo, [pausa] dá logo sinal. Porque eles têm uma bolha – chamam-lhe eles uma bolhazinha de cortiça – que está cá no fio e desde que apanha um peixe grande, o peixe faz força e aquela bolhazinha de cortiça mete-se debaixo de água. Em eles vendo meter a cortiça debaixo de água, já sabem que há lá peixe preso. Pois. E então, começam a enrolar a roca. É uma roca que tem uma manivelazinha, começam a enrolar e depois a linha, aquele dito fio é propriamente é uma linha. Antes era fio [pausa] de carreto; e agora é u- é uma linha de laine . Agora é o laine. Pois. É uma linha de laine , que eles já vendem isso apropriado.
INQ1 É uma linha de?…
INF De laine. [pausa] Laine. Linha de laine.