INQ1 Há um dia já, já no fim de Outubro, princípio de Novembro em que todas as pessoas vão ao cemitério…
INF Dia de Todos os Santos e dia de Fiéis Defuntos.
INQ1 E o que é que fazem nesses dois dias?
INF Olhe, vão limpar as campas dos falecidos que lá há e enchem-nas de flores. Depois, o outro dia, vai o senhor padre com a gente lá toda rezando.
INQ2 Pois. E, e em que dia é que é a festa aqui de?…
INF De Fiéis Defuntos?
INQ2 Não. De, daqui da aldeia.
INF Não temos festa.
INQ2 Não?
INF Não há festa. Temos uma festinha fraca, que é o dia 3 de Fevereiro, que é dia de São Brás. É o advogado da garganta. Mas é uma festa uma festa fraca.
INQ2 Mas não costuma, não costuma sair da igreja com o santo pela rua?
INF A procissão. É.
INQ1 Olhe, então e o Santo André não tem nada?
INF Nada. Esse aí, coitado, fica desprezado. Se calhar nem a missa lhe diz, o padre.
INQ2 E o Santo André é que é o?…
INF O padroeiro.
INQ2 O padroeiro.
INF É. [pausa] Mas festejam mais o São Brás, que é advogado da garganta. Porque esse se nos tapa a garganta, lá vamos! E o Santo André é cá da terra, esse está cá sempre connosco. Mesmo o São Brás é que é mais maroto, que nos tapa a garganta.