INQ1 Olhe, e como é que se chama a folha do pinheiro?
INF É caruma. A gente chama, vocês É a caruma. Pois vocês.
INQ1 Mesmo enquanto está na árvore?
INF Enquanto É sempre. Tanto que o pinheiro é uma árvore de – pois, dizem eles… O pinheiro – então eles, nos sítios, às vezes davam teorias à gente –, o pinheiro, se a gente tirar a caruma toda, morre. E o sobreiro não. [pausa] Não tem reserva. O pinho O pinho não t- come da… O sobreiro, esse a gente pode-lhe tirar as folhas todas, está ali [pausa] uns meses, come da reserva e depois rebenta. E o pinheiro não. O pinheiro, se a gente lhe tirar a caruma toda, morre. Dizem eles que não come da reserva, não é? Então to- todas essas árvores que [pausa] chama-se [vocalização] caduca – não é? –, que a folha caduca, agora, na parte do Inverno, come tudo da reserva. E elas não se secam. A laranjeira não come, não é? A laranjeira não cai.
INQ1 Pois não.
INF O pessegueiro come da reserva. Bom, todas estas árvores que caem. E o pinho, já vi. Eu em gaiato experimentei: um pinheirinho pequenino que a gente lhe tire a caruma toda [pausa] morre.
INQ1 Morre.
INF Eles dizem que não não se alimenta.
INQ1 Olhe, e há outra coisa que se tira, e que também se aproveita do pinheiro?
INF Isso é a resina.
INQ1 E o senhor já alguma vez…
INF Eu nunca nunca tirei mas então então [vocalização].
INQ2 Sabe como é que se faz?
INF Então não sei?! É com uma [pausa] Isso é com uma f-, com uma f-, eles até… Põe-se um vaso, põe-se assim um coisinho a assim a aparar a verniz; e depois com com uma machadinha – até uma machadinha com um cabo pequenino – tiram ali e sangram. Aquilo até porque proib-… Os homens dizem que dá muito cabo dos pinheiros.
INQ1 Rhum-rhum.
INF Então a menina, ou eu ou eu, se me tirarem sangue não faz mal?
INQ2 Pois.
INF Pois. Eles Eles dizem que é… Tanto que estes, aqui os pinheiros mansos, dantes ninguém anda-, manda- ninguém lhe mandava resinar. Que é mais ruim.
INQ2 Rhum.
INF Que é mais ruim para a pinha.