INF1 Por isso existe. Chama-lhe a gente também uma esquadra – não é? –, o caso que se disse há bocado: sendo uma esquadra é como daqui a além; depois além está outra regadeira, depois leva, enfim…
INQ E como é que vai mudando a água?
INF1 [vocalização] Quando estiver regada.
INQ Rhum-rhum.
INF1 Por exemplo, a rega tem muito tem muitas coisas. Por exemplo, temos o tomate ou o pimentão. A gente vai como daqui – até pode ir como daqui à aldeia. [pausa] Pois Para ser bom…
INF2 A regar com a esquadra.
INF1 Com a esquadra.
INF2 Rega com a esquadra.
INF1 Mas não não rega tudo a eito.
INF2 Deixa-se rego sim… Rega-se rego sim, rego não.
INF1 Pois.
INQ E como é que muda de rego?
INF2 Tapa-se os biquetes. Chama-se-lhe os bique-.
INQ E muda-se com quê?
INF1 Com a enxada.
INF2 Com a enxada.
INQ Com a enxada?
INF2 Com terra.
INQ E esse pedaço de terra como é que lhe chama?
INF2 É o biquete.
INQ Ai é esse o biquete?
INF1 Chama-se Chama-se a terra para tapar o biquete.
INF2 Chama-se A gente chama aqui na nossa área é um biquete.
INF1 Pois.
INF2 Por exemplo, tem aqui agora. Solta-a por aqui para ir por este rego. Tapa-se aqui e ela corre por este rego. Depois para mudarmos, corta-se aqui outro biquetezinho aqui mais aqui.
INF1 Por exemplo, deixa lá ver se elas compreendem. Por exemplo: é assim uma esquadra.
INQ Rhum-rhum.
INF1 Por exemplo, aqui existem dez regos. E a gente, para dar menos trabalho – que isto tem de haver malícia no trabalho – [pausa] rega-se só cinco.
INQ Rhum-rhum.
INF1 Porque esses cinco estão abertos. A gente só abre cinco – [pausa] estão a compreender? Estão dez…
INF2 Rega-se esses cinco e depois à volta para cima, rega …
INQ Ah!
INF1 Volta para cima, depois [pausa] vai-se para baixo, [vocalização] à outra rega, [pausa] está outros cinco destapados.
INF2 Vão-os tapando… Dá menos .
INF1 Só tapa se Tapa aqueles e os outros já estão tapados.
INF2 Não é por malícia, é que a gente depois íamos aqui…
INQ É o jeito que tem de regar.
INF2 Íamos aqui com a esquadra toda para baixo, depois chegávamos lá abaixo e metíamos a água para aonde?
INF1 E então a água, a água punha-se para onde?
INQ Pois.
INF1 Tem de haver malícia!
INF2 E assim, agora leva-se um rego. [vocalização] Ele rega-se, por exemplo: são dez regos, rega-se cinco para um lado e vem-se para cima a regar os outros cinco.
INQ Pois.
INF1 Pois.
INQ Pois é.
INF1 E há outra rega no milho, às vezes. Esse, agora, [pausa] já há mais cabilice. Já há, por exemplo, uma regadeira grande – a gente [vocalização], os trabalhadores têm de ter malícia! E ele toda a gente quer… Às vezes já se rega cinco e … Depende da terra: se for terra direita, solta-se para cinco ou seis, [pausa] já só existe um cortador em cinco ou seis regos.
INF2 Solta-se para mais regos.
INF1 Depois, por outros cinco já…
INF2 Mas do tomate não pode ser assim.
INF1 Não.
INF2 O tomate é cada [vocalização]…
INF1 O tomate, cada rego tem de levar um…
INF2 Cada rego tem de ser um biquete aberto.
INF1 Tem de ser. O tomate é muito odioso! O tomate…