INF1 Mas aí o marchante tem que saber o que é que vai partir também. Por isso é que a gente chama marchante. Portanto, vem de marechal, [pausa] está a perceber?
INQ Hum-hum. Pois.
INF1 Chamam marchante. Mas para mim, [pausa] no meu entender, era marechal [pausa] que eles queriam dizer, mas como falamos o calão, há muitas palavras que [pausa] que não são aquilo que que… Quer dizer, que não são pronunciadas como são escritas. Ainda hoje, [pausa] para lhe dizer a verdade, ainda hoje na nossa freguesia há há pessoas, quando falam, [pausa] que falam mas falam à antigamente e em em vez de dizerem de dizerem "janela" dizem jinela.
INF2 Ah, isso então!…
INF1 Não, mas isto é… Está a perceber? Escreve…
INQ O José da Lata também cantava à jinela.
INF1 Não, não.
INF2 Ele escreve…
INF1 Ele escreve "janela" mas quando pronunciar diz jinela.
INQ Claro.
INF1 Portanto, é ele Por isso é que eu lhe estou a dizer: o marchante é possível que se refira a marechal, sei lá! E no entanto, a gente chama-lhe marchante. É o É a forma de pronunciar. De escrever não sei, porque até nunca escrevi, eu. Quer dizer, nunca nunca precisei de escrever! [pausa] Se eu precisasse de escrever, isso eu tinha que ir… Tinha que ir ao dicionário procurar essa palavra. Tinha que eu mal mal sabia escrever.