INF1 Havia um forno, aqui, que se pagava [vocalização]… Cada tabuleiro [pausa] que se lá ia cozer, pagava-se um pão. E de forma que nós íamos sempre – era ali em baixo –, nós íamos sempre ali. Quando era [vocalização] cá no meu tempo [pausa] de solteiro e essa coisa, ia eu é que ia sempre levar o tabuleiro à minha mãe. Agarrava no tabuleiro…
INQ O tabuleiro era quantos pães?
INF1 [vocalização] Bem, conforme. Fazia-se ali dezassete, dezoito, vinte, quinze… Era conforme a quantidade que amassávamos .
INQ Pagava-se um.
INF1 Pagava-se um.
INQ Dava-se algum nome àquele pão…?
INF1 Aquilo chamava-se uma conta. Era de vinte, já se tirava um. De vinte para cima [vocalização], parece parece-me que tirava-se mais; eu não sei bem como é que…
INF2 E se fossem dez ou doze, tiravam um [pausa] à mesma.
INQ E não davam um nome àquele pão que se dava de paga? Aqui, não sei se… Não?
INF1 Bem, [pausa] parece-me que… Bem, era a paga do forno. Era isso Era isso que se [pausa] parece que se fazia. Parece que eu que ouvia falar nessa coisa: "Então, já tirou a paga"? ou coisa. Era assim, era.
INQ Pois. Portanto, mas a pessoa, quando ia cozer lá, também tinha que levar a lenha que era para aquecer o forno, não?
INF1 Não, não. [vocalização] Punham eles tudo. O que é que juntavam e não podiam amassar todos no mesmo dia. Ou no mesmo dia! Um hoje e outro amanhã! Aquilo o forno levava ali três ou quatro tabuleiros – não é? – até três ou quatro [pausa] fregueses, e de forma que juntavam e escolhiam, mais ou menos, a hora e o coiso e, que era para cozer tudo para não gastar tanta lenha. Por exemplos, uma [vocalização] fornada dava para lo- logo para todos.