INF Aqui o meu filho, uma vez, arranjou aqui um carro dum polícia da estrada. Um polícia Um polícia da estrada que que faz serviço além para o lado de Lisboa. E ele arranjou-lhe aqui o carro. Eh, e o homem depois estava aí, chegou à hora do almoço, "Eh, diz lá ao homem que venha almoçar". E o homem veio almoçar. E depois de o homem estar aqui dentro é que começou lá a contar a vida dele e é que se. O homem era do Algarve. Veio encaminhado por um rapaz lá do Algarve que tinha uma oficina, que é cá da família da gente, e encaminhou o homem para vir aqui, e coisa e tal, e então o homem veio aqui à do meu filho. Ele arranjou-lhe o carro, e tal; o homem veio aí por duas ou três vezes. Mas a primeira vez que veio [vocalização] até deixou aí o carro. Foi depois na camioneta da carreira e deixou aí o carro para o meu filho lhe arranjar. Mais ou menos chegou à hora do almoço e tal, tal, tal: "Bem, diz lá ao homem que venha almoçar", pode às vezes o fulano… Eu não faço isso com todas as pessoas mas [vocalização] lá alguns, às vezes, [vocalização] que têm mais coisa e tal, faz-se. "Ah, diz lá ele ao coiso ao moço que venha almoçar". Depois eles ficam ali, pessoas de fora ou que não têm coisa e tal. "Ande almoçar com a gente, almoce aí". [vocalização] E então esse veio almoçar aqui com a gente. Ele veio almoçar aqui com a gente a [vocalização] e o homem depois perguntou quanto era, e tal. "Ele não é nada". Depois queria que eu fosse ali ao café tomar a bica. Digo: "Não, vá lá mais o meu filho. Deixe-me cá a mim. Eu fico sempre aqui, não vou cá tomar a bica. Se eu quisesse café, digo à mulher para fazer aí em casa, que eu não vou cá tomar bicas". Pronto, fiquei aí em casa, o homem foi-se embora. Mas o homem ficou satisfeito, e tal. Tanto que dali, depois quando veio cá buscar então o carro, apareceu aí com um [vocalização] bicho desses. Mas [vocalização] parece que era para dar um conto e qualquer coisa por uma santola. [pausa] Era para dar um conto e não sei quê, mas aquilo era polícia da estrada, o outro parece que lha vendeu para ali por quatrocentos mil réis, um gajo lá dum café. Têm medo deles! Vendeu-lha para aí por quatrocentos mil réis. E a gente comeu-a a essa a esse… Tem também muita perninha e tem a cabeça assim dura, [pausa] e ali no meio…
INQ Pois.
INF Pelo meio lá dessa coisa, em elas estando cheias é que têm lá comidinha. Eu, por acaso, até como ali aquelas pernas e coiso e tal. Aí o Hortênsio, ele é um marafado por aquilo. Chegam a ir a propósito, a caminho daqui e dalém, onde há essas coisas, comer. Eu não me perco com isso. E então esse senhor é que apareceu aqui com uma com uma santola. Cá há san- há a lagosta e há a santola, mas esse a que trouxe foi uma santola, boa! [pausa] Pois.