INQ1 Olhe, aquele, aquele que é parecido, que é como se fosse um… Ai, como é que se chama aquilo? Como se fosse um tubarão, mas pequenino?
INF1 Ah! É [vocalização]… Aquilo é – chama-se-lhe a gente – um tubarão, tal e qual. É uma guelha. A gente chama aqui uma guelha. E há quem diga o tintureira.
INQ1 Pois.
INF2 O tubarão pequenino é o anequim, homem!
INQ2 Pois.
INF1 Não [vocalização]. A rapariga diz que é um do espécie dum tubarão, [vocalização] um pequenino.
INF2 Então não é o anequim?
INF1 Não, é a guelha. Isso o anequim faz-se também. O anequim tem uma espécie de… Há a guelha – a tintureira é o mesmo – e há o anequim.
INQ2 O anequim é que, de que tamanho?
INF1 É o anequim que faz-se… Vara-se, faz-se… Que o anequim começa de coiso, depois de ter sete ou oito ou nove ou dez quilos.
INF2 O anequim é o peixe mais feroz do mar, homem!
INF1 É o anequim. E tem o olho branco. Isso é grandes. É já [vocalização] avançado. É um peixe que pesa arrobas.
INQ2 Ai é? E aparecem aí?
INF1 Aparece. O olho branco aparece aí fora. Agora a tintureira é um peixe muito terrível! Muito terrível! E é o anequim.
INQ1 Olhe, e outro mais pequeno que a tintureira, pequenino?
INF2 Pata-roxa.
INQ2 Diga, diga.
INF2 É pata-roxa.
INF1 É pata… É uma espécie, mas é doutro género.
INF2 É o cação.
INF1 É o cação manso.
INF2 É.
INF1 E há a pata-roxa.
INQ2 Pois. E, e o, e esses atacam o homem?
INF1 A tintureira ataca muito. O anequim não ataca tanto como a tintureira. O anequim só se estivesse ferido.
INQ2 E mordem, é?
INF1 O anequim morde. O anequim despedaça uma pessoa. Se a gente apanha um anequim, que ele possa apanhar a gente, eu ele des- eu despedaço-o todo. Ele es- esfaqueia uma pessoa, o anequim. Agora, a tintureira, se uma pessoa vai tomar banho, [pausa] que esteja e não tenha calções, a tintureira ataca o homem. Sobe às partes. Vai logo direita à às partes do homem. Mata o homem. É preciso conta. Aqui ao rés de terra, não. Mas, às vezes, uma pessoa joga-se ao mar… Não calha a ver mas, às vezes, aparece uma tintureira, a tintureira não tem medo do homem. Ataca o homem. A tintureira [vocalização] é o inimigo do homem.
INQ1 Como é que se chama essa?
INF1 Tintureira. Ou que seja a guelha.
INQ2 Pois. E que tamanho é, mais ou menos?
INF1 Chega a crescer muito. Chega a crescer muito. Chega a ter quase uma braça da gente, chega a ser do tamanho dum homem.
INF2 Há peixes, às vezes, que é quase dois homens.
INF1 Às vezes, chega… E um peixe… Há peixes daqueles que têm cinco, seis… Aquilo sete, oito quilos, nove, dez quilos, já é um peixe avultado. São peixes grandes.
INQ1 Mas não aparece aqui à borda de água, pois não?
INF1 Isso aí à borda de água é raro. Vêm também às vezes, mas é raro. E têm alguns ou duas ou três carreiras de dentes, têm serrilha tal e qual como uma serra, de lado em lado.
INF2 Igual como os humanos.
INF1 Uma espécie do anequim. Tem serrilha de lado em lado. E aquilo corta! Corta é fácil. Às vezes a gente leva sardinha e aquilo cortam, estraçam, sem dúvida nenhuma. Cortam… Jogando a boca ao peito, parte logo o peito. Aquilo até nem nem se traçam; a nossa arte corta logo aquilo.
INF2 Traça que tem os dentes.
INF1 É uma serra completamente.