CLC18

Câmara de Lobos, excerto 18

LocalidadeCâmara de Lobos (Câmara de Lobos, Funchal)
AssuntoOs peixes e outros animais marinhos
Informante(s) Adriano Adolfo

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INF1 A gente dá-se um nome qualquer este peixe. Mas pouco deste, aqui.

INQ1 Às vezes vem misturado com a sardinha.

INF1 [vocalização]. Vem na-, vem ca-, a petin- a petinga, como uma petinga que a, que a- que a lula la- agarra-a, [vocalização] esta aqui.

INQ1 Então, mas o que é a petinga?

INF1 Senhor?

INQ1 O que é a petinga?

INF1 Olhe, é um peixinho que anda [vocalização] sempre que a lula agarra-se. O [vocalização] O gaiardo também apanha [vocalização] o peixe mais [vocalização] grande [vocalização] Como é que a gente chama-se [vocalização]? A abundância [pausa] d- do miúdo obedece, [pausa] o grande [pausa] vem atrás. Está compreendendo?

INQ1 E a petinga é essa

INF1 A A gente chama-se a [vocalização] uma o petinga [vocalização] o a uma petinga que [vocalização] va- vai saltando [vocalização] e o peixe prrr.

INQ1 Mas não tem nada a ver com a majonga?

INF1 Não tem, não tem, não. É outra classe.

INQ1 É outra coisa.

INF1 É outra classe, outra classe, outra classe.

INQ2 que estava a

INQ1 Portanto, diz, diz.

INQ2 que estava a falar de peixe miúdo, também se chama roama aqui ao peixe miúdo? A todo?

INF1 [vocalização] Chama-se roama, aqui. [vocalização] Como é que os senhores dizem? Carapau [vocalização]. [vocalização] Mas a gente não se o nome de carapau. Chicharro miúdo [vocalização], chicharro grande [vocalização] a gente dá-se dá-se-lhe assim , [vocalização] manica, cavala. Dá-se assim

INF2 Manica.

INQ2 Diga?

INF2 Manica, não é?

INQ1 Manica o que é?

INF1 Manica é a- é como a [pausa] cavala, mas em ponto [vocalização] miúdo, em ponto miúdo.

INQ1 Ah! Mas é igual à cavala?

INF1 É igual à cavala, mas vai crescendo [vocalização]

INQ1 E fica cavala?

INF1 A gente chama-se É como a gen-, é- É como a gente [vocalização] os senhores em [vocalização] Lisboa: [vocalização] a, a, a ca- a cachopa.

INQ1 Sim.

INF1 Está compreendendo?

INQ1 Não é em Lisboa. É no norte, no Porto.

INF1 Pois. Mas cada qual Mas cada qual tem a sua pronúncia [vocalização] de língua.

INQ1 Por isso é que a gente está a perguntar isto.

INF1 Pois.

INQ2 Aqui não nada que se chame lingueirão, biqueirão, não nada?

INF2 , .

INF1 , , o biqueirão. Mas o biqueirão o biqueirão em Lisboa

INQ1 Mas não é isto?

INF1 [vocalização] Em Lisboa [vocalização] . Aqui é que não .

INQ2 Não, mas aqui. Eu estou a falar dos peixes daqui. Biqueirão não .

INF1 Daqui, [vocalização] o biqueirão o biqueirão, mas é diferente de Lisboa.

INQ2 Então como é o biqueirão daqui?

INF1 O biqueirão é um peixe que [vocalização] Assim deste [vocalização]

INQ2 Ah é vermelho?

INF1 Vermelho. Mas, é um arran-, é

INF2 Por baixo é branco. Por baixo é branco.

INF1 Por baixo é branco, mas por cima é como a [vocalização] como é que a gente chama-se [vocalização]? salmonetes.

INQ2 Sim.

INQ1 Sim.

INF1 É [vocalização] como a gente chama-se os salmonetes. Mas [vocalização] é diferente do [vocalização] de Lisboa. O biqueirão de Lisboa [pausa] é uma coisinha assim mais ou menos isto, mas tudo estreitinho.

INQ2 Sim. É.

INQ1 Exactamente. Pois, pois.

INF1 Está compreendendo a compreender? Mas não muito. [pausa] Está a compreender? Sa- Sai da, do do mar para a rua [vocalização] quando o sol cresce. E aqui é o [vocalização] raro a gente mata- aqui é ra-. Nunca se vimos este peixe.


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