CLH09

Ribeira Seca, excerto 9

LocalidadeRibeira Seca (Calheta, Angra do Heroísmo)
AssuntoOs cereais
Informante(s) Idalinda Heraclides

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.


INF1 Antigamente a gente não usava isto.

INQ1 Ah!

INF1 A gente antigamente não se fazia isto. O mi-

INQ2 Ah, a do pião? A burra?

INF1 Não, não é. Nem havia burras [pausa] de milho.

INQ2 Rhum-rhum.

INF1 O milho que havia era todo para secar. se pendurava o milho que era para semente.

INQ2 Rhum-rhum.

INF1 A gente, por exemplo, deixa semente em milho para semear para o ano. Porque sabe para o ano, não se não deixar semente, não tem que semear.

INQ2 Pois.

INF1 A gente deixa. Mas então deixava era em maçarocas a gente dizia uma cambada. Íamos, às vezes, visitar o Menino Jesus não sei se a senhora sabe o que é?

INQ1 Não.

INF2 Não. Não conhece. Também

INF1 É no primeiro dia do ano, vai-se visitar o Menino Jesus. Aqui vai a muitas ilhas!

INQ1 Sim.

INF1 E antigamente sabe não havia fartura como hoje em dia. Muitas pessoas levavam uma cambada de milho; muitas crianças levavam milho;

INQ1 Pois.

INF1 outros levavam batatas-doces; outros levavam batatas da terra. Eu também levei duas cambadinhas de milho e ia bem presunçosa visitar o Menino Jesus!

INQ1 Claro.

INF1 Com aquilo. A gente dizia que era cambada de milho. Agora ele diz que é Como é?

INQ1 Cambulhão.

INQ2 Cambulhão.

INF2 É o cambulhão.

INF1 Porque é mais! Porque é mais maçarocas.

INF2 Ou camb- Ou cambulhões ou cambadas, [vocalização] é assim. Pronto.

INF1 Pois, mas que aquilo é mais

INF2 Eu não sei porque que nunca fiz então daquilo, daquelas para guardar milho.

INF1 Sabe ajuntam a casca ali duma mancheia de maçarocas

INQ2 Rhum.

INF1 e [vocalização] e dobram assim uma coisinha

INQ2 É.

INF1 e passam assim uma corriola ali de roda e penduram aquilo.

INQ2 Era isso.

INF1 Hoje é mais porque [pausa] adianta mais.

INQ2 Rhum.

INF1 Sabe se fosse A gente usava a botar quatro maçarocas em cada em cada cambada; se fosse seis, era apertadinho.

INQ2 Rhum. Mas esse, esse milho que era para semente, depois p-, pendurava-se nas árvores para secar, ou não?

INF1 Nas árvores, sim, que furtavam-no! Era em casa! A gente pendurava Se, por exemplo, a casa

INQ1 Aonde? Na cozinha?

INF1 Se, por exemplo, a cozinha na era Porque antigamente era assim desta maneira, dentro, desenripada, mas era assim, não tinha tabique. Mas tinha uns tirantes. A gente dependurava nos tirantes.

INQ2 Rhum-rhum.

INF1 Os ratos, às vezes, iam e comiam. Risos Era para irem adiante. Os ratos, às vezes, iam e faziam um buraco no coisa para ir comer. Mas a gente pendurava aquilo em casa ou se. Quem tinha palheiros A gente não tinha palheiros que prestassem. Ele mesmo era aberto. A gente tinha medo de o furtarem. Levávamos para casa, pendurávamos, nem sequer era na cozinha, era para fora, nos quartos da cama, nos tirantes.


Guardar XMLDescarregar textoRepresentação da onda sonoraRepresentação em frases